Biologia reprodutiva dos tubarÃes Carcharhinus falciformis, C. plumbeus, Pseudocarcharias kamoharai e ocorrÃncias do Rinchodon typus, no AtlÃntico Tropical e ecologia da raia Dasyatis americana, na Rebio Rocas - Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente trabalho relata a biologia de 3 espÃcies de tubarÃes, o Carcharhinus falciformis, Carcharhinus plumbeus e o Pseudocarcharias kamoharai, alÃm da ecologia da raia prego, Dasyatis americana. Primeiramente foi estudada a biologia reprodutiva do C. falciformis, sendo examinado um total de 96 indivÃduos, sendo 48 machos e 48 fÃmeas, capturados na regiÃo Equatorial do Oceano AtlÃntico, nas proximidades do ArquipÃlago de SÃo Pedro e SÃo e SÃo Paulo (0Â55â10âN;29Â20â33âW). O comprimento total (CT) dos indivÃduos variou entre 83,0 e 272,0cm, para as fÃmeas e entre 75,0 e 295,0 para os machos. Estes dados sugerem um tamanho de primeira maturaÃÃo sexual para o tubarÃo lombo-preto, em Ãguas equatoriais, de aproximadamente 230,0cm, para as fÃmeas e de 210,0 a 230,0cm para os machos. A distribuiÃÃo mensal das fases sexuais ao longo do ano das fÃmeas, nÃo apresentaram uma tendÃncia clara, sugerindo que pelo menos, na Ãrea estudada, esta espÃcie, nÃo apresenta um ciclo gestacional anual claro. A proporÃÃo sexual dos embriÃes foi igual a 1:1,4 (macho:fÃmea), com uma fecundidade de 4 a 15 embriÃes por perÃodo gestacional. Outra espÃcie que tambÃm teve os aspectos da sua biologia reprodutiva investigados foi o C. plumbeus, que durante o perÃodo de dezembro de 1994 a janeiro de 1996, teve, um total de 28 tubarÃes, sendo 11 machos e 17 fÃmeas, capturados na regiÃo Nordeste do Brasil, na Ãrea de talude continental, em frente à costa do Estado de Pernambuco. O CT variou entre 154,0 e 196,0cm para os machos e entre 108,5 e 208,0cm para as fÃmeas. A distribuiÃÃo mensal dos estÃgios sexuais demonstraram que o parto e a ovulaÃÃo ocorrem nos mesmos meses, sugerindo um ciclo de gestacional de 12 meses, em anos alternados. O nÃmero de embriÃes por fÃmea grÃvida, variou entre 7 e 10 indivÃduos, com um valor mÃdio de 8,6, apresentando os mesmos uma proporÃÃo sexual de 1:1,4(macho:fÃmea). Uma terceira e ultima espÃcie ainda teve a biologia reprodutiva investigada, no perÃodo de fevereiro de 2005 a setembro de 2007 foram capturados, por barcos da frota comercial arrendada, 490 exemplares de tubarÃo cachorro, Pseudocarcharias kamoharai, no AtlÃntico Tropical (06 45â N e 23 36â S e 018 44â W e 053 13âW). Em laboratÃrio, os indivÃduos capturados foram identificados e tiveram seus principais comprimentos aferidos, e seus aparelhos reprodutores coletados e fixados em formol a 10%. Dos 490 espÃcimes de tubarÃo cachorro analisados, 313 (63,9%) eram fÃmeas, com CT variando de 75,0 a 122,0 cm, e 177(36,1%) eram machos, com CT entre 65,5 e 109,0 cm. As fÃmeas apresentaram 6 classes de estÃgios maturacionais, enquanto que os machos apenas 2 classes. A distribuiÃÃo de freqÃÃncia de comprimento apresentou uma moda para as fÃmeas de entre 90,1 e 100,0 cm, sendo igual para os machos. O peso mÃdio da glÃndula oviducal nos jovens apresentou diferenÃa estatisticamente significantes em relaÃÃo aos outros estÃgios (Kruskal-Wallis, F=2.34; P = 0.004). As fÃmeas classificadas como adultas, exibiam todo o aparelho reprodutor desenvolvido, contudo, sempre, com peso do ovÃrio e largura dos Ãteros menores que os outros estÃgios, excetuando-se as juvenis. As fÃmeas prenhes, cujo CT variou entre 87,5 e 118,6 cm, foram classificadas em quatro estÃgios distintos, prenhe I, II, III e IV (a termo), pois, embora estivessem na mesma condiÃÃo, exibiam caracterÃsticas particulares, principalmente no que tange as condiÃÃes dos Ãteros e ovÃrios. As fÃmeas classificadas como prenhe II apresentavam os ovÃrios com caracterÃsticas semelhantes aos da prenhe I, contudo com um peso mÃdio um pouco maior e com intensa atividade vitelogÃnica. Os espÃcimes classificados como prenhe III, continham em seus Ãteros apenas embriÃes, com comprimento total sempre inferior a 30 cm. Os espÃcimes classificados no estÃgio de prenhes IV (a termo) exibiam os ovÃrios nitidamente em processo de reabsorÃÃo, nÃo se encontrando mais em ovulaÃÃo, o que pode ser verificado pela diminuiÃÃo de seu peso. Apresentavam ainda em ambos os Ãteros embriÃes com CT superior a 30,0 cm. As relaÃÃes para um tamanho de 1 maturaÃÃo sexual em torno de 90,0 cm de CT. Entre os 177 machos examinados 37 (20,9%) encontravam-se juvenis, com CT variando entre 65,5 â94,0 cm e 140 (70,1%), eram adultos, exibindo CT entre 80,0 â 109,0 cm. As relaÃÃes entre CT e a largura, comprimento e peso do aparelho reprodutor da espÃcie, apontam para um tamanho de primeira maturaÃÃo sexual entre 80,0 e 94,0 cm de CT. TambÃm foi realizado um estudo de ocorrÃncia do Rynchodon typus no ArquipÃlago de SÃo Pedro e SÃo Paulo, por se tratar de um importante local de concentraÃÃo de tubarÃes-baleia. Os animais foram vistos ao longo de todo ano, prÃximos Ãs embarcaÃÃes de pesca nas adjacÃncias das ilhas. Em avistagens registradas entre fevereiro de 2000 e novembro de 2005, os comprimentos dos indivÃduos variaram entre 1,8 m e 14 m. As causas destas concentraÃÃes no arquipÃlago ainda nÃo sÃo claras, uma vez que nÃo hà hà ressurgÃncias e grandes concentraÃÃes de plÃncton no arquipÃlago, e tambÃm nÃo foram observadas atividades reprodutivas. No entanto, podem estar associadas ao perÃodo de desova dos peixes-voadores, marcadamente no primeiro semestre, quando as apariÃÃes sÃo mais freqÃentes. Finalizando, foi realizado na Reserva BiolÃgica do Atol das Rocas o trabalho de ecologia populacional e uso do habitat da Dasyatis americana, sendo avistadas 184 raias, durante as incursÃes subaquÃticas, no perÃodo de agosto de 2003 a dezembro de 2005. O tamanho dos indivÃduos variou entre 29,0 e 113,0 cm de largura de disco (LD). A maioria dos espÃcimes observados encontravam-se na faixa de 80,0 a 89,0 cm de LD, representando cerca de 25% do total. As fÃmeas foram mais abundantes que os machos, com uma proporÃÃo sexual de 5,7♀:1♂ (fÃmea:macho). O tamanho da populaÃÃo foi estimada em 99,2Â17,1 e 94,4Â10,3 indivÃduos, utilizando Petersen-Bayley e Jolly-Saber, como estimadores probabilÃsticos, respectivamente. Os espÃcimes observados apresentaram comportamentos de alimentaÃÃo e movimentaÃÃo altamente relacionados com o severo ciclo de mares imposto pelo Atol

ASSUNTO(S)

oceanografia biolÃgica biologia reprodutiva biological oceanography reprodutive biology oceanografia tubarÃes sharks

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