Biologia reprodutiva de rubiaceas arbustivas de mata atlantica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

A polinização e os sistemas de incompatibilidade determinam grande parte do fluxo gênico em populações de plantas, portanto dados a esse respeito podem contribuir para a compreensão da manutenção da diversidade em diferentes ambientes. A distilia é um mecanismo reprodutivo comumente observado na família Rubiaceae, sendo caracterizada pela presença de dois morfos florais reciprocamente hercogâmicos, auto- e intramorfo-incompatíveis, e em número equilibrado na população. A ausência de alguma dessas características em grupos comumente distílicos pode evoluir devido à baixa disponibilidade ou comportamento pouco especializado de polinizadores, sendo interpretada como um caso de distilia atípica, ou de uma nova estratégia reprodutiva derivada da distila. O presente estudo investigou a biologia de polinização e as relações morfométricas e de compatibilidade entre morfos florais de cinco espécies de Rubiaceae de Mata Atlântica no sudeste brasileiro: Psychotria jasminoides, Psychotria birotula, P. mapourioides, P. pubigera, P. nuda e Chiococca alba. Foram coletados dados a respeito da biologia floral e de polinização, realizados experimentos reprodutivos de todas as espécies, além de medições de órgãos florais e estimativas da razão entre morfos das espécies distílicas. Apesar de todas as espécies possuírem flores tubulares, pequenas, diurnas e de produzirem néctar (exceto C. alba), algumas diferem entre si quanto ao principal grupo de polinizadores. Três espécies são tipicamente distílicas, duas são distílicas atípicas e uma possui apenas hercogamia (C. alba). Os resultados indicam perdas da hercogamia recíproca e desvios na razão entre morfos. No entanto, as espécies dimórficas apresentaram a síndrome da distilia funcionando conforme o esperado em populações estáveis, o que provavelmente é resultado da eficiência dos polinizadores em transportar pólen entre morfos, associada ao sistema de incompatibilidade. Chiococca alba possui uma estratégia diferente das esperadas para sua tribo, mas com características de ambas, como a hercogamia, típica da distilia, e deiscência das anteras na fase de botão, similar às espécies com apresentação de pólen no estilete. Trata-se de uma espécie com baixa freqüência de visitas, autoincompatível, com baixa formação de frutos por autopolinização e apomixia, além de taxa de frutos por polinização natural relativamente alta, sugerindo que as poucas visitas associadas aos frutos formados por autopolinização e apomixia mantêm população

ASSUNTO(S)

polinização rubiacea reprodução

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