Bilirrubina transcutânea em recém-nascidos pré-termo tardio, termo precoce e a termo em aleitamento materno exclusivo na primeira semana de vida. / Transcutaneous bilirubin in fully breastfed late preterm, early term, and full-term newborn infants in the first week of life.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/11/2010

RESUMO

Introdução. Dificuldade na amamentação com perda de peso elevada está associada à hiperbilirrubinemia e encefalopatia em prematuros (PT) tardios e recém-nascidos (RN) de termo nos primeiros dias de vida. Uma vez que, no Brasil, 92% dos RN recebem aleitamento materno no primeiro mês, estudar a influência da idade gestacional (IG) sobre a bilirrubinemia pode auxiliar na orientação da equipe de saúde e dos pais. Objetivo. Determinar a ascensão e queda da bilirrubina transcutânea (BTc) em RN PT tardios, a termo precoce e a termo em aleitamento materno exclusivo na primeira semana de vida. Método. Coorte prospectiva constituída de 210 pacientes nascidos em hospital público, de mar/2009-mar/2010, com os seguintes critérios: IG 35 a 41 semanas completas, peso ao nascer >2000g, Apgar >7 no 5 minuto, sem malformação congênita/doença hemolítica Rh, em alojamento conjunto antes de 6h de vida e aleitamento materno exclusivo até o 8 dia. Na 24 e 48 h de vida durante a internação e na 96, 144 e 192h no domicílio, a Btc (JM 103 Minolta) foi mensurada no esterno e o peso foi determinado em balança digital. A BTc foi considerada até a indicação de fototerapia. As estimativas médias de BTc foram comparadas por ANOVA com medidas repetidas entre PT tardios (PTT) de 35-36 semanas (n=60), termo precoce (TP) de 37 e 38 semanas (n=60) e de termo (T) de 39 a 41 semanas (n=90). Características maternas e neonatais foram comparadas com one-way ANOVA, Kruskal Wallis, qui-quadrado e teste exato de Fisher, considerando-se significante p<0,05. Resultados. Os 3 grupos foram semelhantes quanto à idade materna 23+7 anos, cor parda/negra 85%, primiparidade 54%, hipertensão/diabetes 12%, parto vaginal 70%, ocitocina 64%, peso adequado/IG 83%, sexo masculino 49%, incompatibilidade ABO 10%, mamada na 1 hora 57% e perda de peso na 48h de vida 5,9+2,0% (máximo 11,1%), mas foram diferentes quanto ao uso de fototerapia (PTT-22%; TP-5%; T-1%; p<0,001). A BTc apresentou evolução diferente nas três faixas de IG (p<0,001) e ao longo do tempo (p<0,001). A estimativa média da BTc nos grupos PTT, TP e T foi, respectivamente, com 24 horas de vida - 4,5; 3,9 e 3,1 mg/dL (p=0,037), 48 horas - 7,4; 6,3 e 4,7 mg/dL (p<0,001), 96 horas - 7,8; 7,0 e 4,4 mg/dL (p<0,001), 144 horas - 6,2; 5,8 e 3,2 mg/dL (p<0,001) e 192 horas - 4,9; 4,9; e 2,5 mg/dL (p<0,001). RN PT tardios e RN de termo precoce apresentam perfil médio de BTc entre 2,0 e 3,0 mg/dL acima do perfil médio de RN termo com 48, 96, 144, e 192 horas de vida. A BTc aumentou até a 96 hora e diminuiu 0,02-0,03 mg/dL/hora entre 96 e 192 horas de vida nos três grupos. Conclusão. RN PT tardios e RN a termo precoce em aleitamento materno exclusivo, apresentam ascensão e decréscimo semelhantes de bilirrubina transcutânea, mas com níveis superiores em relação aos RN de termo na primeira semana de vida.

ASSUNTO(S)

icterícia hiperbilirrubinemia aleitamento materno recém-nascidos pediatria

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