Avaliação neuropsicológica e qualidade de vida em pacientes com epilepsia refratária do lobo temporal relacionada com esclerose hipocampal
AUTOR(ES)
Mantoan, Marcele Araujo Silva, Silva, Tatiana Indelicato da, Alonso, Neide Barreira, Noffs, Maria Helena da Silva, Marques, Carolina Mattos, Rios, Leslie Bellido, Azevedo, Auro Mauro, Westphal-Guitti, Ana Carolina, Sakamoto, Américo Ceiki, Yacubian, Elza Márcia Targas
FONTE
Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-12
RESUMO
INTRODUÇÃO: Epilepsia é um distúrbio decorrente de atividade anormal de um grupo de neurônios, causando grande impacto no processo cognitivo e comportamental do indivíduo. A epilepsia do lobo temporal (ELT) é o tipo de epilepsia parcial mais comum e a esclerose hipocampal (EH) o substrato neuropatológico mais freqüentemente encontrado em pacientes com epilepsia refratária. Pessoas com ELT apresentam declínio cognitivo que pode ser determinado pela localização das descargas e da lesão. E, além disso, também apresentam limitação na qualidade de vida (QV) pelas crises diárias. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a avaliação neuropsicológica e QV com a hipótese de que pacientes com piores resultados na primeira têm pior QV determinada pelo QOLIE-31. RESULTADOS: Quanto à freqüência de crises, 23 pacientes (46%) tiveram até 5 crises, 20 (40%) de 6 a 10 e 7 (14%) mais de 10 por mês. Quanto ao tipo de crises, 5 (10%) apresentaram apenas auras, 37 (74%) crises parciais complexas e 8 (16%) crises parciais complexas com generalização secundária. Os resultados da avaliação neuropsicológica tiveram correlação positiva com os domínios do QOLIE-31. Nos domínios Aspectos Sociais com testes de função executiva, Preocupação com as Crises e Qualidade de Vida Global com testes de memória verbal e Bem-estar Emocional com os testes utilizados para cálculo do QI. CONCLUSÃO: Pessoas com epilepsia têm grande impacto na QV não apenas pelas limitações causadas pelas crises diárias, mas também pelo que estas causam em suas funções cognitivas. ELT é um exemplo de como uma epilepsia refratária pode acabar com qualquer possibilidade dessas pessoas procurarem um emprego, estudarem e viverem em uma sociedade que as discrimina pelo fato de ter epilepsia e um declínio cognitivo comprovado.
ASSUNTO(S)
epilepsia do lobo temporal neuropsicologia qualidade de vida processo cognitivo
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