Avaliação dos metodos de determinação e incidencia de aflatoxina M1, patulina e acido ciclopiazonico em alguns alimentos brasileiros

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/1994

RESUMO

Avaliou-se os métodos analíticos e a incidência de aflatoxina, patulina e ácido ciclopiazônico em produtos alimentícios comercializados na cidade de Campinas. Varias tentativas foram realizadas para a escolha do solvente extratante e da melhor técnica para remover os interferentes das amostras de leite e derivados para determinação de aflatoxina M1. Na extração foram utilizados acetona, metanol e clorofórmio puros, misturados entre si ou com água. Precipitação com sais de metais pesados, partição entre solventes imiscíveis e colunas cromatográficas foram avaliados para promover a limpeza do extrato. A utilização de metais pesados não foi eficiente para eliminar os interferentes. O uso conjunto de clorofórmio e uma coluna cromatográfica demonstrou ser a maneira mais eficiente de extrair a aflatoxina e remover substâncias interferentes. Colunas cromatográficas de sílica e sílica-C18 presentaram melhores resultados que a coluna de celulose. A cromatografia líquida de alta eficiência dos derivados com ácido trifluoroacético e detecção por fluorescência apresentou sensibilidade e especificidade bem maior que o método por cromatografia em camada delgada com quantificação visual da intensidade de fluorescência para determinação de aflatoxina M1. Duzentas e quatro amostras de leite pasteurizado (103), leite em pó (35), queijos (36) e iogurte (30) coletadas durante os anos de 1989/90 e de 1992 foram analisadas. A aflatoxina M1 foi encontrada em apenas quatro amostras de leite pasteurizado com níveis de 73 a 370 ng/L em 1992, ano em que as análises foram realizadas por cromatografia líquida de alta eficiência. Três métodos foram avaliados para a determinação de patulina: os da AOAC (1990), de SIRIWARDANA &LAFONT (1979b) e de MOLLER &JOSEFSSON (1980). A quantificação foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência, inclusive para os dois primeiros métodos nos quais a técnica especificada era cromatografia em camada delgada. O método de MOLLER &JOSEFSSON foi o que apresentou melhores porcentagens de recuperação e um extrato mais limpo, resultando um cromatograma cujo pico da patulina apareceu livre de interferentes. Sessenta e cinco amostras de sucos de frutas (maçã (20), uva (17) , abacaxi (10), goiaba (6) , manga (6) , mamão (3) e banana (3)) e 24 amostras de frutas (maçã (15), mamão (6) e manga (3)) foram analisadas e apenas uma de suco de maçã estava contaminada por patulina com 17 µg/L. Seis amostras de maçã deteriorada foram também analisadas e todas continham patulina em níveis que variaram de 150 a 340 µg/ kg. Foi investigada também a ocorrência simultânea de ácido ciclopiazônico e aflatoxinas B e G em amostras de amendoim, milho e seus derivados, utilizando o método de URANO et all (1992a) e de SOARES &RODRIGUEZ-AMAYA (1989), respectivamente. Em 28 amostras de amendoim e derivados, a presença de ácido ciclopiazônico foi constatada em 4 amostras de amendoim cru, com níveis de 150 a 369 µg/kg. As aflatoxinas foram encontradas em 11 amostras de amendoim cru, amendoim torrado salgado e paçoca com teores de 8 a 340 µg/kg (aflatoxinas totais). As duas toxinas ocorreram simultaneamente em três amostras de amendoim cru. Tanto ácido ciclopiazônico como as aflatoxinas não foram detectados em 25 amostras de milho e derivados (milho de pipoca, farinha de milho e fubá). Os resultados demonstram que a contaminação de leite e derivados por aflatoxina M1 e de frutas e sucos de frutas por patulina não constitui um problema de saúde pública na cidade de Campinas. Por outro lado, a ocorrência de ácido ciclopiazônico agrava ainda mais a situação do amendoim e seus derivados que são largamente contaminados por aflatoxinas B e G. Estas duas também não são problemáticas em milho e derivados

ASSUNTO(S)

aflatoxina micotoxinas

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