Avaliação dos efeitos de fármacos imunomoduladores na infecção de Hamsters, Mesocricetus auratus, POR Ancylostoma ceylanicum (Loss, 1911)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo avaliar, no hamster, os efeitos imuno-parasitológicos da administração de fármacos imunomoduladores na infecção por Ancylostoma ceylanicum. Foram avaliadas quatro classes de drogas (imunossupressores, anticorpos anti-linfocitários, anti-inflamatórios e anti-histamínicos). Entre os imunosspressores, foram testadas a ciclosporina A (CsA) e a prednisolona. Os resultados mostraram que o tratamento com CsA, não interfere na ancilostomíase experimental. Já o tratamento com prednisolona alterou a regulação do sistema imune, afetando diretamente a integridade intestinal e a postura de ovos de A. ceylanicum. O tratamento com anticorpos anti-CD3, não alterou o quadro de infecção por A. ceylanicum em hamsters; no entanto, quando associado à prednisolona, observou-se que o anticorpo específico ameniza o quadro de inflamação. Não obtivemos sucesso em mostrar as prostaglandinas como mediadores inflamatórios de importância na ancilostomíase. Não foram observadas diferenças em aspectos parasitológicos e imunológicos entre animais tratados ou não com ácido acetilsalicílico, diclofenaco ou etoricoxibe e infectados com A. ceylanicum. Os animais tratados com drogas anti-histamínicas (loratadina e ranitidina) apresentaram sinais clínicos graves e foram sacrificados após 24 dias de infecção. Observamos um aumento na eliminação de ovos e o número de eosinófilos e neutrófilos periféricos nos animais tratados com a combinação de drogas. Mostramos que fármacos imunossupressores são drogas que, não necessariamente suprimem a resposta efetora do organismo Th1 ou Th2 mas são responsáveis por favorecer a regulação do processo de resposta imune efetora. Portanto, a imunorregulação exacerbada da resposta do organismo leva a um desequilíbrio na infecção por A. ceylanicum no intestino, levando a quadros exacerbados de inflamação intestinal e conseqüente prejuízo ao desenvolvimento dos vermes adultos e à postura de ovos. O aumento da inflamação intestinal, decorrente do excesso de regulação da resposta imune, associado à diminuição do número de células caliciformes é responsável pelo aumento da perda de mucosa intestinal. Neste trabalho, mostramos um comportamento inverso entre o número de células caliciformes e inflamação intestinal: quanto mais células caliciformes, menor inflamação tecidual. Dessa forma, as células caliciformes estariam associadas à proteção da mucosa intestinal na infecção por A. ceylanicum.

ASSUNTO(S)

parasitologia teses. ancylostoma teses. imunoglobulinas teses.

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