Avaliação do indice de massa corporal em escolares de Campinas - São Paulo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

Tendo em conta as implicações da obesidade na piora das condições de saúde e qualidade de vida, e sua prevalência crescente entre as crianças brasileiras, procedeu-se a um estudo do Índice de Massa Corporal(peso em kg!altura em metros2) em uma amostra da população de crianças da primeira série do primeiro grau de escolas de Campinas. O tipo de escola (particular, pública estadual, pública municipal) e sua localização (mais central ou periférica) definiram a estratificação das crianças em quatro níveis sócio-econômicos: talto, médio, baixo, muito baixo. A amostra foi constituída por 649 crianças, classificadas pelo entrevistador como brancas, não brancas ou orientais, tendo sido estes últimos excluídos da análise, devido a sua pequena quantidade. Os resultados encontrados mostraram que o Índice de Massa Corporal tem correlação alta e estatisticamente significativa com as pregas cutâneas e medidas de área em ambos os sexos e em todos níveis sócio-econômicos, e que sofre impacto do nível sócio-econômico, ocorrendo um inversão da diferença masculino-feminino esperada pelo dimorfismo sexual secundário, constituindo-se num instrumento mais sensível que as pregas cutâneas para a triagem do sobrepeso e da obesidade numa população de crianças em idade escolar. A comparação com os índices de uma curva de referência nacional (ANJpS,VEIGA, CASTRO, 1998) mostrou que se encontravam em situação de risco para o sobrepeso, de acordo com o critério de RIMES &DIETZ, 1994 (situados entre os percentis 85 e 95) 26,8% dos meninos brancos do nível sócio-econômico alto, 13,3 do nível médio, 5,1% do nível baixo e 10,1% do nível muito baixo. Para as meninas brancas, os valores encontrados foram, respectivamente: 24,5%, 11~3%, 10,3%, 5,0%. Na situação de sobrepeso (!MC acima do percentil 95 para sexo e idade) encontravam-se 7,1% dos meninos brancos de nível sócio-econômico alto, 8,8% do nível médio, 6,4% do nível baixo e 5,7% do nível muito baixo. As meninas brancas, com relação à mesma referência, apresentaram, respectivamente: 29,5%, 20,4%, 7,6% e 6,25%. O número de crianças não brancas não permitiu análise. Se usado o critério da OMS, que associa o !MC acima do percentil 85 com as pregas cutâneas acima do percentil 90, a prevalência de obesidade encontrada foi menor, mas permaneceu significativa entre as meninas brancas dos níveis alto (11,4%) e médio (14,8%), e para os meninos brancos de nível médio (9,8%). A conclusão foi que o Índice de Massa Corporal para a idade e sexo constitui um instrumento adequado para avaliar a gordura corporal através da antropometria

ASSUNTO(S)

antropometria crianças - nutrição corpo - composição

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