Avaliação do impacto da aplicação de manobra de hiperinsuflação pulmonar sobre a resposta inflamatória sistêmica e colapso pulmonar em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos sob ventilação espontânea
AUTOR(ES)
Malbouisson, Luiz Marcelo Sá, Souza, Elton Lúcio Silva de, Barbalho, Larissa, Massoco, Cristina de Oliveira, Carmona, Maria José Carvalho, Auler Jr, José Otávio Costa
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O uso de manobras de hiperinsuflação pulmonar (MHP) reverte atelectasias intraoperatórias. Contudo, pode induzir resposta inflamatória sistêmica de origem pulmonar. O objetivo deste estudo foi testar o impacto da aplicação de MHP sobre a resposta inflamatória sistêmica e sobre a estrutura pulmonar em pacientes submetidos à anestesia subaracnoidea. MÉTODO: Após aprovação do Comitê de Ética institucional e obtenção do consentimento escrito pós-informado, 20 pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de pequeno e médio porte foram alea torizados em dois grupos: 1) Controle (GC) e 2) MHP (GMHP). Uma hora após a instalação do bloqueio espinhal, foi realizada MHP no GMHP aplicando-se pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis (BIPAP) com pressão expiratória de 20 cmH2O e pressão inspiratória de 20 cmH2O durante 1 a 2 minutos. TNFα, IL-1, IL-6, IL-8, IL-10 e IL-12 foram medidos no sangue através de técnica de citometria de fluxo nos momentos basal, 90, 180 e 780 minutos. Os volumes e peso pulmonares foram computados a partir de tomografias computadorizadas obtidas imediatamente após a cirurgia. RESULTADOS: A aplicação de MHP resultou em redução da fração de parênquima pulmonar não aerado (7,5 ± 4,3% no Grupo Controle versus 4 ± 2,1% no Grupo MHP, p = 0,02), sem alterações nos volumes pulmonares. Foi observada elevação progressiva nos valores plasmáticos das interleucinas IL-1, IL-6, IL-8 e IL-10, similar nos dois grupos. Os níveis plasmáticos de TNFα e IL-12 foram indetectáveis durante o estudo. CONCLUSÕES: A aplicação de MHP única reduziu a fração de atelectasias, porém não amplificou a resposta inflamatória observada em pacientes com pulmões normais submetidos a cirurgias de pequeno e médio portes sob anestesia subaracnoidea.
ASSUNTO(S)
complicaÇÕes metabolismo tÉcnica anestÉsica tÉcnica anestÉsica ventilaÇÃo ventilaÇÃo manobra de hiperinsuflação pulmonar
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