Avaliação do estado de degradação e capacidade de suporte da bacia do rio Atibaia- região de Campinas / Paulinia-SP

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Foram escolhidos cinco parâmetros ambientais para avaliar o estado de degradação do Rio Atibaia: carbono orgânico dissolvido (COD), amônia (NH3), cianeto (CN), bifenilas policloradas (BPC) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA). Para o estudo de COD, NH3 e CN foram realizados perfis 24 h e bimestral, além da determinação do tempo de meia-vida para NH3 e CN nas águas do Rio Atibaia. Os resultados para COD mostraram que sua concentração permanece relativamente constante ao longo do ano, revelando uma significativa contribuição de fontes difusas. Para NH3, os perfis revelaram que sua concentração sofre um decréscimo no período das chuvas, apontando para o predomínio de fontes pontuais. Os perfis 24 h para COD revelaram que na presença de chuvas sua concentração sofre um aumento, fato este condizente com a presença de fontes difusas na bacia. Já para NH3, os perfis 24 h mantiveram-se relativamente estáveis, confirmando o predomínio de fontes pontuais. Tanto os perfis 24 h como os bimestrais não revelaram a presença de CN. As concentrações para COD ficaram na faixa de 2 a 10 mg C L, com valores menores na nascente e foz do Rio Atibaia. Para NH3, as concentrações se distribuíram na faixa de 0,1 a 10 mg NH3 L no período de seca, com um decréscimo para faixa de 0,1 a 0,5 mg NH3 L no período das chuvas. Para NH3 e CN, os valores médios do t1/2 oscilaram em 50 h e 80 h, respectivamente. Foi aplicado para COD e NH3 uma estimativa de carga máxima total diária (CMTD, baseado no TMDL - Total Maximum Daily Load - da EPA). Para NH3 foi estimada uma carga próxima a 3000 kg NH3 que aporta diariamente na bacia, tanto para os períodos de seca quanto das chuvas. Baseado em dados de NH3 em esgoto doméstico in natura, pode-se também estimar que o esgoto doméstico é a principal fonte de NH3, sendo o Ribeirão Anhumas o grande tributário com uma carga de NH3 dia em torno de 3000 kg, o que praticamente esgota a capacidade do Rio Atibaia em receber NH3, uma vez considerada sua ecotoxicologia. As cargas de COD, por sua vez, mostraram uma variação significativa seca/chuva. As estimativas de carga para COD feitas para região próxima à foz do Rio Atibaia apresentaram valores que vão de 3000 kg C dia a 28000 kg C dia. Adicional a estimativa de cargas, foi elaborado um índice de Qualidade de Águas para proteção da vida aquática, denominado IQAPVA. O conceito de CMTD e o IQA foram contextualizados dentro de uma visão de gerenciamento de bacias hidrográficas. Para BPC e HPA foram feitas, em caráter inédito, determinações em águas e sedimentos. As concentrações de BPC em água mostraram-se abaixo do limite do método e do valor-limite de 0,001mg L estabelecido pela Resolução CONAMA 20/86. Para sedimentos, os valores ficaram próximos a 10 mg kg de sedimento seco. Os resultados para HPA se apresentaram próximos ao valor de 0,6 mg L para água e na faixa de 10 a 600 mg kg de sedimento seco. Em termos de BPC e HPA, a bacia do Rio Atibaia encontra-se, relativamente aos critérios ecotoxicológicos disponíveis, pouco impactada frente à densidade urbano-industrial presente.

ASSUNTO(S)

amonia

Documentos Relacionados