Avaliação do efeito antitumoral do gadolínio

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/04/2011

RESUMO

Espécies reativas de oxigênio (ROS) são geradas como produto final da respiração mitocondrial. Quando ROS são produzidas em excesso geram estresse oxidativo e induzem citotoxicidade via uma variedade de mecanismos, incluindo dano ao DNA, lipídeos e proteínas. Neste trabalho avaliamos a capacidade do lantanídeo gadolínio em produzir estresse oxidativo com a finalidade de aproveitar o potencial citotóxico de ROS para o tratamento de tumores. Utilizamos dois modelos experimentais: o primeiro modelo utilizado foi duas linhagens de glioblastoma humano, T98 status p53 mutante e U87 status p53 selvagem para avaliar a citotoxicidade do gadolínio sobre o metabolismo celular e também alterações morfológicas, nucleares e produção de ROS. O segundo modelo utilizado foi 8 linhagens da levedura Saccharomyces cerevisae, selvagem e mutantes relacionadas ao estresse oxidativo, para avaliar o efeito do gadolínio e para obter informações sobre seu possível mecanismo de ação. Os resultados mostram que o gadolínio foi capaz de induzir citotoxicidade e diminuir a viabilidade celular em ambas as linhagens de glioblastoma humano, além de provocar alterações nucleares e produzir ROS. A adição de radiação (Gd159) aumentou todos os efeitos citotóxicos provocados pelo gadolínio. Ambas as linhagens obtiveram mesmas respostas frente ao gadolínio sugerindo que as alterações observadas foram independentes de p53. Na levedura Saccharomyces cerevisiae o gadolínio foi capaz de inibir o crescimento celular, sendo a mutante Δsod1 a mais sensível. As leveduras foram capazes de incorporar gadolínio de maneira dose-dependente. A mutante Δsod1 incorporou mais gadolínio quando comparado à linhagem selvagem. As células testadas não possuem receptores específicos de interação com este metal na membrana celular. Ao incorporar gadolínio existe uma extrusão de potássio da célula. A presença de gadolínio não foi capaz de induzir peroxidação de lipídeos, ao contrário, diminuiu a quantidade de lipídeos peroxidados. Este metal foi capaz de diminuir, significantemente, a quantidade de grupamentos tióis livres, indicando um possível alvo em proteínas do sistema de controle redox celular. A presença deste metal aumentou a geração de ROS, apresentando maior intensidade nas mutantes Δskn7, Δsod2 e Δcta1. Além disso, provocou a diminuição da viabilidade celular. Todos estes achados levam a concluir que o gadolínio pode ser um metal de escolha para o desenvolvimento de novas drogas para o tratamento de câncer.

ASSUNTO(S)

gadolínio estresse biológico neoplasma bioquimica gadolinium biological stress neoplasms tumor cells

Documentos Relacionados