Avaliação de terapia cognitiva-comportamental para prevenção de reincidência penitenciária / Evaluation of cognitive-behavioral therapy for prevention of prison recidivism

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

INTRODUÇÃO: A reinserção do indivíduo na sociedade, após ele ter cometido um ato anti-social, iniciou-se com o Iluminismo. Atualmente várias pesquisas têm sido realizadas para se verificar a eficácia de trabalhos de reinserção social para criminosos. Entretanto na realidade brasileira não existem trabalhos sistematizados para a população prisional. Como decorrência disto, pensou-se em sistematizar uma intervenção terapêutica para prevenção de reincidência penitenciária e verificar sua eficácia. MÉTODOS: A terapia cognitivo-comportamental para prevenção à reincidência penitenciária é composta por 10 sessões estruturadas. O grupo de sujeitos foi formado por sentenciados, que cumpriam pena no regime semi-aberto, presos, no mínimo, pela segunda vez (reincidentes penitenciários); o tempo máximo de pena que teriam que cumprir deveria ser inferior a quinze anos e já deveriam ter cumprido tempo suficiente para requisitar progressão de regime. Os 43 sujeitos que iniciaram a pesquisa foram divididos em dois grupos grupo de trabalho e grupo controle. Foram feitas entrevistas e aplicações de escalas antes e depois da intervenção. RESULTADOS: Como resultado do trabalho não se percebeu diferença estatisticamente significativa entre os sujeitos que estavam no grupo de trabalho e no grupo controle em relação a reincidência penitenciária. Em relação às escalas aplicadas, os sentenciados que terminaram o programa apresentaram um escore maior no Questionário de Pensamentos Automáticos, comparado com aqueles que desistiram. Os que concluíram a pesquisa e estava no grupo de trabalho percebemos que o Programa de Prevenção a Reincidência Penitenciária reduz o medo de avaliação negativa. Os que estavam no grupo controle apresentaram um decréscimo na Escala de Estresse e Fuga Social. Após 12 meses de intervenção, entre os sentenciados que iniciaram a pesquisa, os reincidentes mostraram uma tendência a ter um escore menor no Questionário de auto-estima antes da intervenção. Os reincidentes que estavam no grupo de trabalho apresentaram uma tendência a já terem cumprido mais tempo de suas penas e os do grupo controle, uma tendência a ter um escore menor na Escala de Medo de Avaliação Negativa antes do início do programa e um escore menor na escala de Estresse e Fuga Social depois da intervenção. Entre os sentenciados que terminaram o programa e reincidiram, pôdese perceber que a intervenção causou uma redução nos resultados no escore da Escala de Estresse e Fuga Social e uma tendência em diminuir o escore no Questionário de Pensamentos Automáticos. Dentre os não reincidentes existe uma diminuição no escore da Escala de Medo de Avaliação Negativa depois do programa; os que estavam no grupo de trabalho, apresentaram uma tendência de redução do medo de avaliação negativa e os que estavam no grupo controle apresentaram uma diminuição no escore da escala de estresse e fuga social. CONCLUSÕES: A partir deste estudo pôde-se notar que a terapia cognitiva para prevenção à reincidência penitenciária, apesar de apresentar alguns resultados positivos diminuição do medo de avaliação negativa e uma discreta redução na taxa acumulada de reincidência penitenciária daqueles que concluíram o programa - necessita ser revisto e reformulado.

ASSUNTO(S)

cognitive therapy prisons crime/prevenção &controle intterview psychology entrevista psicológica rehabilitation crime/prevention &control crime/psychology reabilitação prisões crime/psicologia terapia cognitiva

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