Avaliação de polimorfismos de genes relacionados à hemostasia e de receptores de estrógeno como fatores de risco para desenvolvimento de trombose venosa cerebral / Role of gene polymorphisms related hemostasis and estrogen receptors as risc factors for venous cerebral thrombosis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/02/2011

RESUMO

A trombose venosa cerebral (TVC) e uma doenca incomum, com algumas particularidades em comparacao as tromboses em outros sitios, incluindo maior frequencia em individuos jovens, maior proporcao de mulheres e alta prevalencia do uso de contraceptivos orais (CO). Fatores de risco hereditarios classicos para tromboembolismo venoso (TEV) de membros e tromboembolismo pulmonar (TEP) ja foram pesquisados na TVC, com algumas controversias. Objetivos: avaliar atraves de estudo caso-controle o impacto de polimorfismos genicos no risco de TVC em relacao a outras formas de TEV, e de TVC em relacao aos controles. Os polimorfismos analisados incluiram a mutacao da protrombina G20210A; Fator V Leiden; receptores de estogeno (RE)-Ñ (-351A/G e -397 T/C) e RE-Ò 1082 G/A; inibidor da fibrinolise ativavel pela trombina (TAFI) -1053 C/T, -438 G/A, -152 A/G, 505 G/A, 1040 C/T e 1542 C/T; inibidor do ativador do plasminogenio-1 (PAI-1) 4G/5G e fator XIII Val34Leu. Casuistica: foi constituida por 72 casos de TVC (56 mulheres, idade mediana 32.5 com variacao de 8-69 anos), 128 casos de TEV em membros ou TEP (94 mulheres, idade mediana 38 com variacao de 17-70 anos) e 143 controles normais (110 mulheres, idade mediana 37 com variacao de 18-66 anos), emparelhados para sexo, idade e raca. Metodos: Os polimorfismos foram detectados pelas tecnicas de PCR seguida de digestao por enzima ou PCR alelo-especifico. Resultados: em comparacao aos controles, apenas a mutacao da protrombina aumentou o risco de TVC (OR 7.1; IC 95%: 1.77-28.3) e de TEV (OR 5.48; IC 95%: 1.5-20.1). Em mulheres, o risco de TVC conferido pela mutacao da protrombina nao apresentou mais significancia estatistica ao ser ajustado a exposicao hormonal (OR 5.62; IC 95% 0.95-33.2), sugerindo haver associacao entre esta mutacao e exposicao hormonal na determinacao do risco de TVC. A exposicao hormonal tambem exerceu influencia sobre o genotipo PAI-1 4G4G, que conferiu efeito protetor para TVC em relacao ao TEV apenas nas mulheres expostas a hormonios (OR 0.13; IC 95% 0.02-0.97). Em homens, a presenca do haplotipo selvagem do RE-Ñ (351A e 397T) aumentou o risco de TVC em comparacao ao TEV (OR 5.53; IC 95% 1.08 - 28.19). Porem, tendo em vista o intervalo de confianca, e necessario confirmar este achado com maior numero de individuos do sexo masculino. Os haplotipos do gene do TAFI mostraram diferencas interessantes no grupo TVC, com maior presenca de efeito cis, ou seja, maior segregacao de alelos raros no mesmo cromossomo, podendo causar efeitos cumulativos em uma unica proteina. Ressaltando este resultado, demonstrou-se que a presenca do haplotipo selvagem TAFI 505G / 1040C associou-se a um efeito protetor para TVC em relacao ao grupo controle (OR 0.54; IC 95%: 0.03-0.96) e ao TEV (OR 0.42; IC 95% 0.23-0.76). Conclusoes: A mutacao da protrombina comportouVse como fator de risco para TVC e TEV em comparacao aos controles. A exposicao hormonal parece modular o risco de TVC conferido pela mutacao da protrombina e pelo genotipo PAI-1 4G4G. Os haplotipos do RE-Ñ (351A e 397T) e do TAFI (505G e 1040C) associaram-se a TVC, aumentando ou reduzindo o seu risco, respectivamente. Os demais polimorfismos nao mostraram influencia sobre o risco de TEV e TVC nessa casuistica.

ASSUNTO(S)

trombose intracraniana/etiologia fatores de risco polimorfismo genetico fibrinolise receptores estrogenicos hematologia

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