Avaliação de microquimerismo por análise de microssatélites em pacientes submetidos à tranfusão sangüínea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O microquimerismo vem sendo identificado em uma série de situações biológicas, sendo decorrentes de procedimentos clínicos ou condições fisiológicas. A transfusão sangüínea é um dos procedimentos que pode produzir a mistura de células do doador com as do receptor. Na transfusão sanguínea, o maior constituinte são as hemácias, logo a interferência microquimérica que pode ocorrer deve-se apenas aos leucócitosque são transfundidos do doador. A admistração rotineira de produtos derivados do sangue é a principal causa de doenças, aonde estes hemocomponente vindos de doadores alogênicos contém leucócitos capazes de sobreviver e se expandir. Os leucócitos presentes nas bolsas de concentrado de hemácias usados em transfusões sanguíneas podem causar a doença do enxerto versus hospedeiro, febre, transmissão viral e interferir na identificação genética do receptor. Este trabalho teve como objetivo avaliar, em um primeiro momento, o limite de detecção de microquimerismo, através de microssatélites (STRs), em amostras biológicas misturadas em proporções conhecidas e, posteriormente, verificar a presença e o tempo de duração de microquimerismo em pacientes submetidos à transfusão sangüínea no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A análise foi realizada a partir de amostras biológicas de três grupos: sete misturas de DNA extraídos antes desse estudo, cinco misturas de sangue e 20 pacientes submetidos à transfusão sangüínea. Todas essas amostras foram também genotipadas individualmente. A genotipagem foi realizada através de PCR seguido por eletroforese capilar, sendo amplificadas as seguintes regiões do genoma: D3S1358, D16S539, THO1, TPOX, CSF1PO, D7S820 e Amelogenina. Os resultados obtidos no grupo de mistura de amostras de DNA foi observada a presença de microquimerismo de 1:30 (ou 3,3%). No grupo de misturas de sangue, microquimerismo foi identificado até a proporção de 1:10 (ou 10%). Entretanto, não foi identificada a presença de microquimerismo em amostras coletadas nas primeiras 24 hs de pacientes submetidos à transfusão sangüínea. Esses resultados sugerem que a metodologia utilizada é sensível para identificar microquimerismo em misturas biológicas até o limite de 3,3%. Portanto, podemos concluir que o microquimerismo em pacientes transfundidos avaliados nesse estudo não atingiu o limite mínimo de detecção da metodologia empregada nesse trabalho.

ASSUNTO(S)

transfusão de sangue quimerismo satélite

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