Avaliação de metais traços em peixes amazônicos expostos à esgoto urbano não tratado: altas concentrações de cromo em tecidos de peixes
AUTOR(ES)
Sousa, Eduardo Araujo de, Miranda, Márcio Rodrigues, dos Santos, Marília Hauser, Costa Júnior, Walkimar Aleixo, Lauthartte, Leidiane Caroline, Mussy, Marília Higino, de Holanda, Igor Bruno Barbosa, Bastos, Wanderley Rodrigues
FONTE
Rev. Ambient. Água
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-09
RESUMO
O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade do peixe em relação a contaminantes inorgânicos (Zn, Pb, Cu, Cr, Ni e Hg), seguindo as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em cinco espécies de peixes amazônicos expostos à esgoto urbano não tratado. As concentrações de metais traços foram avaliadas em tecidos musculares de Schizodon fasciatus (herbívoro), Potamorhina latior (detritívoro), Triportheus angulatus (onívoro), Plagioscion squamosissimus (carnívoro) e Rhaphiodon vulpinus (piscívoro) coletados a montante e a jusante da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, rio Madeira (Porto Velho, Brasil). Para a extração dos metais traços dos tecidos musculares, foi utilizada uma digestão química ácida. Para quantificar as concentrações dos metais traços, foram utilizadas técnicas de espectrometria de absorção atômica. As amostras de peixes apresentaram valores acima do permitido somente para Cr (0,10 mg.kg-1), exceto em P. squamosissimus (0,09 mg.kg-1). Espécimes de P. latior coletados a jusante, apresentaram maiores concentrações de Cr (p<0,0001) que espécimes coletados a montante. Tal fato, talvez indique que os despejos de esgoto urbano não-tratado dentro do rio (jusante), estejam influenciando nas concentrações de Cr. Pelo fato do Cr ter ultrapassado o valor permitido para consumo, foi calculado a ingestão diária estimada de Cr em população urbana brasileira e ribeirinha baseados em seus respectivos consumos de peixe, a partir de cada espécie coletada a montante e a jusante. A ingestão diária estimada de cromo apresentou maiores valores a partir do consumo de peixes da jusante e os valores foram 13 vezes maiores na população ribeirinha do que na população urbana brasileira.
ASSUNTO(S)
anvisa bioacumulação consumo de peixe ingestão diária rio madeira
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