Avaliação de Habilidades de Comunicação em Ambiente Simulado na Formação Médica: Conceitos, Desafios e Possibilidades

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

13/01/2020

RESUMO

RESUMO Na comunidade acadêmica internacional, a comunicação eficaz entre profissionais de saúde, pacientes e seus familiares é reconhecida como condição indispensável para a qualidade dos cuidados em saúde. No Brasil, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina estabelecem que o egresso deve ser preparado para se comunicar por meio de linguagem verbal e não verbal, com empatia, sensibilidade e interesse, promovendo o cuidado centrado na pessoa e uma relação horizontal e compartilhada com o paciente. Para alcançar esses objetivos, faz-se preciso a implementação de atividades curriculares que promovam o desenvolvimento dessa habilidade e avaliem a sua aquisição durante a graduação em Medicina. A habilidade em se comunicar adequadamente não pode ser aprendida apenas por observação e tende a declinar ao longo do curso. Recomenda-se que seu ensino se estenda de modo coerente a todos os níveis de formação, incluindo os internatos e programas de residência. Na avaliação de habilidades de comunicação, especialistas recomendam que seja instituída uma matriz que permita repetidas oportunidades de avaliação e feedback, reforçando o uso das habilidades mais básicas de entrevista até as mais complexas, como a comunicação de más notícias. Dessa maneira, para um ensino e avaliação eficientes, são necessários métodos e instrumentos com sólida fundamentação teórica. Atividades em ambiente simulado com a participação de pacientes padronizados têm sido amplamente utilizadas para o ensino e a avaliação dessa habilidade durante a consulta clínica. Nesse contexto, programas de desenvolvimento docente são fundamentais para que estratégias eficazes de ensino e avalição sejam implementadas e permitam ao futuro médico a aquisição de habilidades essenciais ao ético exercício profissional. Este artigo propôs-se a uma revisão narrativa sobre avaliação de habilidades de comunicação em ambiente simulado apresentando seus conceitos, desafios e possibilidades. Também aborda aspectos práticos para a organização desse tipo de avaliação.ABSTRACT In the international academic community, effective communication between health professionals, patients, and their families are recognized as an indispensable condition for the quality of health care. In Brazil, the National Curriculum Guidelines for Undergraduate Medical Schools established that medical students should be prepared to communicate through verbal and non-verbal language, with empathy, sensitivity and interest, promoting patient-centered care, and a horizontal and shared relationship with the patient. To achieve these goals, it is necessary to implement curricular activities that promote the development of this skill and assess its acquisition during undergraduate medical school. Adequate communication skills cannot be learned by observation alone and tend to decline as medical students progress through their medical education. For the assessment of communication skills, experts recommend a framework that allows for repeated assessment and feedback opportunities, reinforcing the use of the most basic interviewing skills to the most complex ones, such as communicating bad news. Thus, for an efficient assessment, methods and instruments with a solid theoretical basis are necessary. Thus, activities in a simulated environment with the participation of standardized patients have been widely used for the teaching and assessment of these skills during the clinical consultation. In this context, faculty development programs are fundamental for effective teaching and assessment strategies to be implemented and allow the future doctors to acquire essential skills for their professional practice. This article proposes a narrative review of communication skills assessment in a simulated environment regarding its concepts, challenges, and possibilities. It also discusses practical aspects for the organization of this type of assessment.

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