Avaliação de genótipos de glicoproteína B e carga de CMV de leucócitos no prognóstico de pacientes de AIDS

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-04

RESUMO

ANTECEDENTES: O citomegalovírus (CMV) permanece um importante patógeno para pacientes imunocomprometidos, mesmo na era da HAART. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência da carga viral do CMV e seu genótipo gB sobre a evolução de pacientes com AIDS. MÉTODOS: Amostras de sangue de 101 pacientes com AIDS foram coletadas e testadas para carga viral de HIV, a contagem de células CD4 e patógenos oportunistas, incluindo o CMV. Um sistema de PCRs seminested foi utilizado para detectar o genoma do CMV e em amostras positivas a carga viral de CMV e genotipagem foram estabelecidos por restrição enzimática e PCR em tempo real, respectivamente. Todos os pacientes foram acompanhados clinicamente durante quatro anos. RESULTADOS: Trinta pacientes (31%) tiveram CMV detectado e todos os casos fatais (n = 5) ocorreram em pacientes deste grupo (p = 0,007), porém apenas dois pacientes tinham doença por CMV (1,9%). No entanto, a carga viral não foi associada estatisticamente a nenhum dos parâmetros analisados. O genótipo de CMV mais freqüentemente observado foi gB2 (45,16%), seguido por gB3 (35,48%). O genótipo gB2 foi mais freqüente em pacientes com contagens abaixo de 200 células/mm³ CD4cell (p = 0,0017), e quase todos os casos fatais (80%) tinham o genótipo gB2. CONCLUSÃO: Nosso estudo sugere que CMV e seu polimorfismo em genes relevantes biologicamentes, como a gB, pode ainda influenciar no prognóstico e evolução de pacientes com AIDS. O genótipo gB2 foi associado ao mau prognóstico do paciente.

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