Avaliação da qualidade do ar em unidades de terapia intensiva e sua correlação com o ambiente externo e a saúde dos trabalhadores / Evaluation of intensive care units air quality and its correlation with both external environment and workershealth

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Nos locais de trabalho, a qualidade do ar pode interferir na performance dos trabalhadores e no risco de doenças. Sabe-se que a qualidade do ar interior pode ser afetada pelos poluentes gerados no ambiente exterior. Nos hospitais, estes temas têm sido insuficientemente analisados e nas unidades de terapia intensiva eles ainda não foram investigados. Os objetivos deste estudo foram analisar a correlação entre os níveis de poluentes medidos dentro e fora das unidades de terapia intensiva e investigar a associação entre a qualidade do ar nas unidades e a saúde dos trabalhadores. Oito unidades de terapia intensiva localizadas em quatro hospitais diferentes foram incluídas neste estudo. Níveis de poluentes, temperatura e umidade relativa do ar foram medidos dentro e fora das unidades, simultaneamente, durante períodos de sete dias específicos para cada unidade. Monitores automáticos foram usados para o monitoramento do MP2,5, enquanto monitores passivos foram usados para as medidas de NO2 e O3. Um questionário de sintomas foi aplicado a cada trabalhador das unidades de terapia intensiva que concordou em participar do estudo. Para testar diferenças nos poluentes e nas variáveis meteorológicas em cada unidade (dentro e fora) adotamos o teste t de Student ou o teste U de Mann-Whitney. Para testar diferenças entre a unidades nós adotamos o teste de análise de variância para amostras independentes (ANOVA) e o teste HSD-Tukey, quando necessário. Adotamos os coeficientes de correlação de Pearson ou de Spearman para avaliar correlações entre as medidas interiores e exteriores em cada unidade. Para as associações entre os sintomas e o local de trabalho nós adotamos o teste de qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de Fisher. A unidade 1 apresentou a maior média interior de MP2,5 (33,9 g/m3; Desvio Padrão - DP = 44,2), estatisticamente diferente das demais unidades (p <0,05). Além disso, este valor foi quase 16 vezes maior do que a média de MP2,5 observada na unidade 6 (2,1 g/m3; DP = 3,4), a menos poluída. Em cinco unidades, as medidas interiores e exteriores de MP2,5 apresentaram correlações estatisticamente significativas (p <0,05). Tanto para o NO2 quanto para o O3, os valores exteriores foram maiores do que os interiores e não ouve correlação entre eles. Entre os 18 sintomas investigados, dores nas costas, ombros e pescoço (65%), cefaléia (65%), cansaço e fadiga (62%), tensão e irritabilidade (58%), coriza (51%), espirros (45%), vista cansada (44%), olhos secos (42%), dor de garganta (38%), dificuldade de concentração (35%) e tosse (27%) foram os mais relatados. As freqüências de sintomas foram semelhantes em todas as unidades. Não foram observadas associações entre a qualidade do ar interior e os sintomas relatados. Estes resultados mostraram que o isolamento entre os ambientes internos e externos através dos sistemas de ar condicionado pode variar permitindo altas concentrações de partículas finas interiormente. Além disso, a falta de correlações entre os gases dentro e fora das unidades indica a presença de fontes interiores para os dois poluentes. Potenciais associações entre a qualidade do ar nas unidades e sintomas de doenças requerem investigações adicionais

ASSUNTO(S)

qualidade do ar intensive care units occupational health air pollution indoor air quality pollutants poluentes unidades de terapia intensiva ambiente de trabalho saúde do trabalhador working environment poluição do ar em ambientes fechados

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