Avaliação da qualidade de vida e função sexual de mulheres com e sem incontinência urinária. / Quality of life and sexual function in women with and without urinary incontinence.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A incontinência urinária é o estado no qual há eliminação involuntária de urina. A perda da continência urinária é uma condição desconfortável, embaraçosa e estressante e pode afetar até 50% das mulheres em alguma fase da vida. Constitui sintoma com implicações sociais, causando desconforto e perda de autoconfiança, além de interferir, negativamente, na qualidade de vida e na função sexual. Os objetivos do presente estudo foram caracterizar as mulheres com e sem incontinência urinária segundo o perfil sócio demográfico e antecedentes clínicos e obstétricos; mensurar a qualidade de vida e a função sexual e comparar estes escores entre estas mulheres. Trata-se de um estudo transversal descritivo. Foram entrevistadas 70 mulheres, sendo 35 com diagnóstico de incontinência urinária e 35 sem incontinência. Os dados foram coletados através dos instrumentos: semiestruturado, WHOQOL-BREF, KHQ e FSFI. Foi realizada análise descritiva e teste t Student pareado (p<0,05). Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFTM, Protocolo N 1533. Os grupos eram homogêneos de acordo com o n e a faixa etária, tendo como idade média 50 anos (DP 8,845) no grupo GI e 50,63 (DP9,665) no grupo GC. Houve prevalência de mulheres casadas ou que moravam com o companheiro em ambos os grupos; escolaridade de 1 a 4 anos de estudo no GI (31,4%) e 11 ou mais anos de estudo no GC (48,6%); renda de 1 a 3 salários mínimos no GC (45,7%) e apenas de 1 salário mínimo no GI (37,1%). Estudando os antecedentes obstétricos, observou-se percentual maior de 2 a 4 partos (40%) e partos vaginais (65,7%) no grupo GI, e de 1 a 2 partos (45,7%) e partos cesarianos (42,9%) no GC. A análise da qualidade de vida das mulheres incontinentes, mensurada pelo KHQ demonstrou maiores escores nos domínios: impacto da incontinência (57,14) e medidas de gravidade (45,71). A qualidade de vida mensurada pelo WHOQOLBREF evidenciou que as mulheres incontinentes apresentaram média de escore menor (S=57,14) quando comparadas com as continentes (S=71,42). Em relação aos domínios específicos, ambos os grupos obtiveram maior escore no domínio físico e menor escore no domínio meio ambiente. Na comparação da qualidade de vida entre os grupos observou-se que em todos os domínios houve diferença estatisticamente significante, exceto no domínio das relações sociais (t = -1,682; p = 0,102). Na avaliação da função sexual o grupo GI obteve média total de escore menor (S=17,17) quando comparado com o grupo GC (S= 24,20). Os maiores escores foram obtidos no domínio dor no grupo GI (3,06) e satisfação no grupo GC (4,48) e os menores escores no domínio excitação em ambos os grupos. A comparação da função sexual entre os grupos evidenciou que em todos os domínios houve diferença estatisticamente significante, exceto no domínio lubrificação (t = 1,524; p = 0,137). Concluiu-se que tanto na análise da qualidade de vida quanto na função sexual os menores escores foram encontrados no grupo incontinente, evidenciando assim o impacto negativo da incontinência urinária na vida destas mulheres.

ASSUNTO(S)

enfermagem de saude publica incontinência urinária comportamento sexual qualidade de vida saúde da mulher sexual behavior quality of life urinary incontinence womens health

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