Avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer de reto submetidos a excisão total do mesorreto em pós-operatório tardio

AUTOR(ES)
FONTE

J. Coloproctol. (Rio J.)

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

A introdução da cirurgia de excisão total do mesorreto (ETM) e da radioquimioterapia propiciaram excelentes resultados no tratamento do câncer de reto. Com o melhor controle oncológico da doença, os resultados funcionais deste tipo de abordagem terapêutica e seu impacto na qualidade de vida (QV) dos pacientes passaram a ser cada vez mais valorizados. Os objetivos do presente estudo foram avaliar a QV dos pacientes portadores de câncer retal submetidos à ETM, em pós-operatório tardio e os possíveis fatores capazes de influenciar diretamente na qualidade de vida dos mesmos. Foram avaliados 72 pacientes submetidos à ETM por tumor de reto extraperitoneal, com no mínimo, um ano de pós-operatório, por meio da aplicação de questionários de QV (EORTC QLQ-C30 e EORTC QLQ-CR38), além de questionário clínico específico e exame proctológico. Os pacientes foram avaliados quanto a gênero, idade, realização de radioterapia e quimioterapia pré-operatórias, tempo de pós-operatório, distância da anastomose à margem anal e estado global de saúde. A média do estado global de saúde dos pacientes avaliados foi satisfatória (82,06). Não se observou diferença na saúde global entre os pacientes com relação ao gênero, porém os pacientes do sexo masculino apresentaram menos insônia (p = 0,002), melhores perspectivas futuras (p = 0,011), menos efeitos da quimioterapia (p = 0,020) e melhor função sexual (p < 0,0001). Os pacientes com menos de 50 anos apresentaram menos problemas miccionais (p = 0,035), já os com mais de 65 anos relataram uma pior função sexual (p = 0,012). Os pacientes que realizaram neoadjuvância apresentaram mais diarreia (p = 0,012). A qualidade de vida não se alterou significativamente de acordo com o tempo de pós-operatório e distância da anastomose à margem anal. Conclui-se que os pacientes submetidos à ETM apresentam uma boa qualidade de vida após um ano de cirurgia e que os fatores envolvidos capazes de influenciar a QV devem ser identificados e otimizados.

ASSUNTO(S)

qualidade de vida neoplasias retais cirurgia colorretal pós-operatório

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