Avaliação da qualidade de vida das mulheres com câncer de mama e a percepção de seus parceiros

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivos: Avaliar a concordância da percepção da qualidade de vida (QV) entre mulheres com câncer de mama e seus parceiros, e investigar os fatores demográficos e clínicos que interferem na QV destas mulheres. Método: Realizou-se um estudo transversal em mulheres com câncer de mama nos estágios I, II, III, na faixa etária de 18 a 65 anos, com parceiro há pelo menos um ano, coabitando e em condições de compreender os instrumentos, que são autopreenchíveis. As participantes foram selecionadas no Ambulatório do Serviço de Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram incluídas 73 mulheres e seus respectivos parceiros. O tamanho da amostra foi calculado para comparação entre dois grupos, com nível de significância de 0,05 e poder de 80%. A QV das mulheres foi avaliada através do questionário do World Health Organization Quality of Life, versão Bref (WHOQOL-Bref); a percepção dos parceiros sobre a QV delas, foi medida através do WHOQOL-bref adaptado à terceira pessoa, os sintomas depressivos das pacientes foram avaliados através do Beck Depression Inventory (BDI) e as características demográficas e clínicas, através da ficha demográfica. Análise estatística: Foi utilizado o Programa SPSS, versão 12.0. o teste T de Student para as variáveis independentes, a correlação de Pearson e o modelo de regressão linear múltipla hierárquica. Resultados: A média de idade das mulheres com câncer de mama foi de 47,8 (7,8) anos e o tempo de doença de 3,08(3,2) anos. As variáveis do estudo foram agrupadas em blocos temporalmente relacionadas e realizada regressão linear múltipla hierárquica: bloco 1 (idade e grau de instrução), bloco 2 (estadiamento, tempo de doença, mastectomia e quimioterapia) e bloco 3 (BDI). O ponto de corte do BDI é 10, sendo consideradas deprimidas as mulheres com escore acima. Não houve diferença entre as percepções dos pares em todos os domínios. Entretanto, quando as mulheres estavam deprimidas, os parceiros pontuaram mais alto do que elas os domínios psicológicos e de relações sociais. Conclusões: Os parceiros das mulheres com câncer de mama percebem de forma acurada a QV delas, porém, quando elas estão deprimidas, a percepção difere nos domínios psicológico e de relações sociais. O parceiro pode ser útil como um substituto confiável quando a paciente não puder responder por si. A pior QV esteve associada à presença de mastectomia nos domínios físico e psicológico, e os sintomas depressivos em todos os domínios do WHOQOLBref. A avaliação da QV tem utilidade potencial na prática clínica e parece fundamental que os profissionais da saúde estejam alertas aos sintomas de depressão de suas pacientes, inclusive muitos anos após o diagnóstico de câncer.

ASSUNTO(S)

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