Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e alimentares em crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Objetivo: descrever a satisfação da imagem corporal em estudantes de seis a 18 anos de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte e relacionar com atividade física, estado nutricional, hábitos alimentares e características sociodemográficas. Metodologia: trata-se de um inquérito epidemiológico (estudo de prevalência). Foram coletados dados sociodemográficos, peso, altura, índice de massa corporal, atividade física, níveis de sedentarismo e hábitos alimentares e avaliou-se a satisfação corporal por meio da escala de silhueta. A idade foi dividida em quatro grupos: crianças (seis a nove anos), adolescência precoce (10 a 13 anos), adolescência média (14 a 16 anos) e adolescência tardia (17 a 18 anos). A amostra foi composta de 1.183 alunos de seis a 18 anos, matriculados no Ensino Fundamental e Médio em 16 escolas públicas e quatro particulares em Belo Horizonte, Minas Gerais. Resultados: pelo cálculo do índice de massa corporal, 5,2% dos alunos eram desnutridos, 80,1% eram eutróficos, 9,9% tinham sobrepeso e 4,9% eram obesos. A maioria dos alunos estava insatisfeita com seu corpo (62,6%). Do total, 33,7% gostariam de ser mais magros, 28,9% gostariam de ser mais gordos e apenas 37,4% sentiam-se bem com o corpo. Na análise univariada houve diferença estatística significante para as variáveis raça, classe socioeconômica, nível de escolaridade do responsável, tipo de escola, tipo de alimentação. Os tabagistas, os brancos, os alunos cujos responsáveis tinham curso superior completo, os alunos pertencentes às classes socioeconômicas mais altas, os estudantes de escolas particulares, os que comiam mais frutas, fibras e vegetais e mais alimentos ricos em gorduras saturadas desejavam ser mais magros. Já os negros, os alunos cujos responsáveis tinham o 1o grau completo/2o grau incompleto, os alunos pertencentes às classes socioeconômicas mais baixas, os estudantes de escolas públicas, os que tinham dieta muito inadequada em fibras, frutas e vegetais desejavam ser mais gordos. Entre os alunos que desejavam perder peso, os tabagistas tinham cerca de duas vezes mais chances de querer perder peso do que quem não fumava. Os alunos de escolas particulares possuíam 1,64 vez mais chance de querer emagrecer. Os alunos que consomiam dieta rica em gordura apresentaram quase duas vezes mais chances de querer perder peso. Entre os alunos que gostariam de ganhar peso, as chances dos estudantes de escolas públicas eram quase duas vezes maiores de desejar ganhar peso do que alunos de escolas particulares. Os que praticavam mais atividade física tinham 1,5 vez mais chance de querer ganhar peso do que os que praticavam menos atividade física. Os alunos com dieta muito inadequada em fibras, frutas e vegetais exibiram 1,43 vez mais chance de querer ganhar peso. Conclusão: os resultados mostraram percentual elevado de estudantes com insatisfação corporal, que se inicia já numa idade precoce. A prevenção do desenvolvimento de uma imagem corporal desfavorável torna-se muito importante, pela associação com transtornos alimentares, baixa autoestima, limitações no desempenho psicossocial, depressão e também com a manutenção da obesidade.

ASSUNTO(S)

cuidado da criança decs obesidade decs transtornos da alimentação na infância decs imagem corporal decs hábitos alimentares decs adolescente decs estudos transversais decs criança decs atividade física decs estado nutricional decs estudantes decs

Documentos Relacionados