Avaliação da função muscular, cartilagem articular e citologia do líquido sinovial na ruptura completa do ligamento cruzado anterior.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo detectar possíveis alterações na função extensora do joelho e relacionar com possíveis alterações no aspecto macroscópico da cartilagem articular e na citologia do líquido sinovial de indivíduos com ruptura completa do ligamento cruzado anterior (LCA). Foram avaliados catorze indivíduos com diagnóstico de lesão unilateral do LCA combinada ou isolada. A mensuração da função muscular foi realizada por meio de avaliação isocinética concêntrica para extensão e flexão do joelho nas velocidades de 60 e 180/s. Para analisar as variáveis pico de torque (PT) do quadríceps e relação entre PT de isquiotibiais e quadríceps (relação I/Q) foram feitas cinco contrações voluntárias máximas em cada membro, sendo que a escolha do membro inicial foi aleatória. Utilizou-se uma escala histológica para avaliar alterações macroscópicas da superfície articular (escala modificada de Mankin), via artroscópica. O liquido colhido foi processado em cito centrífuga em 1500 rpm, processado a seco e corado por Giemsa. Posteriormente foi realizada morfometria para as células inflamatórias mono e polimorfonucleares. O teste T de Student foi utilizado para comparar os resultados do PT do quadríceps e relação I/Q dos membros inferiores envolvidos e não envolvidos. O método estatístico índice de correlação de Pearson foi utilizado para correlacionar as variáveis pico de torque, tempo de lesão, número de células inflamatórias e volume de líquido sinovial puncionado. Os resultados mostraram que num período de 5 a 168 meses após a ruptura ligamentar podem ser observados diferentes graus de artrose na superfície articular, desde cartilagem articular normal até exposição de osso subcondral; presença de células inflamatórias no líquido sinovial, com predomínio de células MNC (286 a 2083 MNC/ml e 0 a 22 PMN/ml); aumento do volume do líquido sinovial puncionado (de 0 a 12 ml). Foi observada diminuição do pico de torque concêntrico do quadríceps, e desequilíbrio da relação isquiotibiais/quadríceps do joelho lesado e do membro contralateral. Não foi encontrada correlação significativa entre o déficit de pico de torque do quadríceps e as variáveis: tempo pós-ruptura do LCA e volume de LS puncionado, assim como entre a quantidade de LS puncionado e o número de células inflamatórias/ml. Também não foi observada uma relação direta entre o grau de artrose articular e as variáveis tempo pós-ruptura do LCA e déficit de pico de torque do quadríceps. A partir dos resultados obtidos neste estudo podemos concluir que num período de 5 a 168 meses após a ruptura do LCA o joelho sofre alterações funcionais, entretanto sem apresentar correlação direta com as mudanças morfológicas, como grau de artrose, volume de líquido sinovial e células inflamatórias.

ASSUNTO(S)

ligamento cruzado anterior inflamação osteoartrose fisioterapia torque fisioterapia e terapia ocupacional líquido sinovial

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