Avaliação da concordância entre diferentes termômetros na aferição da temperatura corporal de crianças

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Introdução: especula-se que os instrumentos e produtos químicos em cuja composição esteja o mercúrio sejam banidos para o uso comercial ou industrial devido à toxicidade deste metal ao meio ambiente e aos seres vivos. Como no nosso meio usa-se predominantemente o termômetro axilar de mercúrio para aferir a temperatura corporal, se de fato este termômetro deixar de ser usado, precisamos saber qual(is) termômetro(s) poderá(ão) substitui-lo; recentemente foram postos no mercado os termômetros eletrônicos instantâneos, como o auricular e o cutâneo frontal e já existia há mais tempo o axilar eletrônico; estes termômetros são confiáveis para substituírem os de mercúrio? Objetivo: avaliar a concordância entre os termômetros eletrônicos axilar e instantâneos (auricular e cutâneo frontal) com os termômetros eletrônico retal e axilar de mercúrio, este com três e cinco minutos de permanência, na aferição da temperatura corporal de crianças. Métodos: foi realizado um estudo transversal com amostra de conveniência de crianças internadas ou em consulta nas áreas pediátricas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foi aferida a temperatura corporal dos pacientes participantes do estudo com a utilização quase simultânea de cinco tipos de termômetros: axilar de mercúrio, axilar eletrônico, cutâneo frontal eletrônico, auricular eletrônico e termômetro retal eletrônico. O termômetro axilar de mercúrio foi avaliado com tempo de permanência de três e de cinco minutos. Os dados foram sumarizados em média e desvio padrão. Foi empregado o teste de Bland e Altman para avaliar a concordância entre os termômetros. Resultados: foram avaliadas 20 crianças febris e 43 eutérmicas, com idades entre um mês e dois anos incompletos, totalizando 633 aferições da temperatura corporal. A idade média dos participantes foi 7,5 meses (DP 5,7 meses), 55% deles eram do sexo masculino. Nenhuma criança foi rejeitada e também não houve recusa por parte dos responsáveis em autorizar a participação no estudo. O estudo mostrou que houve boa concordância entre os termômetros axilar de mercúrio aos três minutos e axilar eletrônico, com média das diferenças das temperaturas (MDT) de -0,027°C e intervalo de confiança de 95% (IC95%) de -0,062°C a 0,116°C; entre os termômetros eletrônico retal e axilar de mercúrio aos três minutos, com MDT de 0,096°C e IC95% de -0,175°C a 0,211ºC; e entre os termômetros eletrônico retal e axilar de mercúrio aos cinco minutos, com MDT de 0,038°C e IC95% de -0,149°C a 0,073°C. Houve apenas concordância parcial entre os termômetros eletrônicos retal e axilar, com MDT de -0,123°C e IC95% de 0,030°C a -0,245°C. Conclusões: os resultados indicaram o termômetro axilar eletrônico como o de melhor concordância nas aferições da temperatura corporal de crianças com hipertermia ou normotermia quando comparado com os termômetros axilar de mercúrio e eletrônico retal. Os termômetros eletrônicos instantâneos (auricular e cutâneo frontal) não mostraram boa concordância com termômetro eletrônico retal nem com o termômetro axilar de mercúrio.

ASSUNTO(S)

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