Avaliação da capacidade para o trabalho e fadiga entre trabalhadores de enfermagem em um hospital de urgência e emergência na Amazônia Ocidental / Assessment of work ability and fatigue of nursing workers from an emergency hospital in Western Amazonia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: o trabalho da equipe de enfermagem nas unidades hospitalares, voltado à assistência aos seres humanos, pode gerar desgastes e tensões de natureza diversa. Objetivo: analisar os fatores associados à capacidade inadequada para o trabalho e à percepção de alta fadiga entre trabalhadores de enfermagem. Método: estudo transversal desenvolvido com 272 trabalhadores pertencentes à equipe de enfermagem do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco-Acre. Os dados foram coletados por meio de entrevistas utilizando os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, condições de trabalho e estilo de vida; Índice de Capacidade para o Trabalho - ICT e Questionário de Percepção de Fadiga. Para análise dos fatores associados à capacidade para o trabalho e percepção de fadiga foi utilizada regressão de Poisson bivariada e múltipla. A análise múltipla seguiu um modelo conceitual considerando quatro níveis hierárquicos: fatores sociodemográficos, condições de trabalho, estilo de vida e morbidades referidas. Resultados: A média de idade da população foi de 41,7 anos e 82 por cento dos sujeitos eram do sexo feminino. Constatou-se que 69,5 por cento não praticavam atividade física, 16 por cento eram tabagistas e 15,4 por cento ingeriam bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana. Com referência à categoria profissional, 50,3 por cento eram técnicos de enfermagem e a jornada de trabalho semanal total foi de 63,6 horas em média. As morbidades referidas com diagnóstico médico mais prevalentes foram: doenças músculoesqueléticas (37,1 por cento), doenças do aparelho digestivo (28,7 por cento) e transtornos mentais (28,3 por cento). As morbidades referidas sem diagnóstico médico obtiveram as seguintes prevalências: doenças musculoesqueléticas (20,6 por cento), doenças neurológicas e dos órgãos dos sentidos (14,7 por cento) e transtornos mentais (9,9 por cento). A prevalência de capacidade inadequada para o trabalho foi de 40,8 por cento. As variáveis associadas à perda da capacidade para o trabalho foram: sexo, outro vínculo empregatício, número de funcionários insuficientes, tarefas repetitivas e monótonas, referência a 3 ou mais morbidades sem diagnóstico médico e alto nível de fadiga. A prevalência de fadiga alta foi de 25,7 por cento e os fatores associados foram renda e morbidades referidas com diagnóstico médico. Conclusão: o estudo evidencia que grande parte população estudada apresenta perda da capacidade para o trabalho e níveis altos de fadiga. Em decorrência dos resultados apresentados sugere-se intervenções no plano individual (estilo de vida e saúde) e no ambiente de trabalho, principalmente no que tange a aspectos organizacionais. Tais intervenções visariam desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de agravos entre os trabalhadores

ASSUNTO(S)

capacidade para o trabalho condições de trabalho fadiga fatigue work ability working conditions

Documentos Relacionados