Avaliação ambiental em áreas de nascentes na Bacia Hidrográfica do Alto Rio Gramame-PB

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

20/04/2011

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido na zona rural do alto curso da bacia hidrográfica do rio Gramame, no município de Pedras de Fogo, Paraíba. O trabalho teve como escopo propor alternativas para restauração ambiental de cinco nascentes: Cabelão, Cacimba da Rosa, Nova Aurora, Bela Rosa e Fazendinha. A pesquisa foi sistematizada em atividades de campo e de laboratórios. Nos trabalhos de campo foram realizadas: caminhadas exploratórias e registros fotográficos para o reconhecimento das áreas das nascentes, com descrição geral de seus elementos georreferenciadas; avaliação in loco das condições do meio ambiente e do uso do solo; caracterização histórica das mesmas, através de entrevistas feitas junto à população local onde se coletou informações sobre o nível de degradação que ocorreu na região ao longo do tempo e a caracterização do solo e da cobertura florestal nas áreas de entorno das nascentes. No estudo foi realizada inicialmente uma análise visual analisando-se as condições da cobertura do solo, topografia, uso agrícola, devastação florestal e presença de fragmentos de Mata Atlântica ainda preservados. Em seguida foram realizadas as análises físicas e químicas dos solos das nascentes nas profundidades de 0-0,20 m e 0,20-0,40 m. Os atributos físicos do solo analisadas foram: densidade do solo e análise textural. Quanto aos atributos químicos dos solos foram analisados: pH; teores de fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), sódio (Na), acidez do solo (H+Al); capacidade de troca de cátions (CTC); saturação por bases (%V); e os teores de matéria orgânica (M.O.). De acordo com os resultados obtidos verificase no diagnóstico florestal realizado nas áreas do entorno das cinco nascentes estudadas, que apesar da degradação ambiental na região ser evidente a exemplo do uso e ocupação do solo como a retirada da vegetação nativa, degradação das matas ciliares e ao lançamento de efluentes industriais e domésticos, o número de espécies nativas ainda existentes superam em número às espécies exóticas. Recomenda-se a introdução de espécies nativas nas nascentes, exceto para a nascente Fazendinha, que não necessita de revegetação, precisando apenas de medidas conservacionistas. Com relação ao uso do solo, a área imediatamente circundante às nascentes, de acordo com o que preconiza a legislação ambiental em vigor, deve ser exclusivamente para uma Área de Preservação Permanente (APP). Não se recomenda fazer qualquer tipo de uso dessas áreas para se evitar a erosão e a contaminação do solo e da água. Após o isolamento da área são recomendáveis algumas propostas de restauração na tentativa de recuperar as nascentes em estudo, como a introdução de gramíneas com função de proteção contra desagregação do solo e carreamento de partículas, a exemplo do capim sândalo; frutíferas de utilização econômica, cultivos agrícolas anuais e implantação de espécies nativas nas encostas. Constatou-se ainda que os solos apresentam textura arenosa, resultando em solos menos férteis e susceptíveis à erosão e que o pH, fósforo, cálcio, magnésio, potássio, sódio, acidez do solo, capacidade de troca de cátions, saturação por bases diferenciaram-se entre as nascentes, exceto a concentração de matéria orgânica que foi alta em todos os solos e camadas, menos na nascente Bela Rosa de 0,20-0,40 m, que foi considerada média. Os teores de pH, P, Ca, K, H+AL variaram entre baixo, médio e alto; o Mg de baixo a médio; o Na variou entre não sódico, levemente, moderadamente a muito sódico; a CTC de boa a muito boa; e a V variou entre muito baixa, baixa, média e alta.

ASSUNTO(S)

diagnóstico florestal degradação ambiental restauração de nascentes engenharias restoration of springs environmental degradation forest diagnosis

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