Autonomia procriativa, igualdade de gênero e direito à vida: a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Artavia Murillo v. Costa Rica
AUTOR(ES)
Pires, Teresinha Teles
FONTE
Rev. direito GV
DATA DE PUBLICAÇÃO
2017-12
RESUMO
Resumo O julgamento e as razões adotadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) no caso Artavia Murillo v. Costa Rica representam importante progresso na proteção da autonomia procriativa das mulheres. A decisão da Corte IDH revogou uma decisão da Corte Constitucional de Costa Rica que proibiu o uso da Fertilização in Vitro (FIV) no país. Com essa decisão, a Corte IDH não apenas vinculou, claramente, os direitos universais de liberdade à autonomia procriativa das mulheres e homens; a Corte IDH também reforçou uma interpretação sobre o “direito à vida” que favorece a autonomia procriativa. Além disso, a decisão é notável no sentido de incluir o padrão da igualdade em matéria de autonomia procriativa na medida em que a Corte IDH afirmou que as mulheres, devido os estereótipos de gênero negativos existentes na sociedade, foram fortemente prejudicadas pela decisão da Corte de Costa Rica de banir a FIV. Finalmente, como será arguido, as cortes poderão, em casos futuros similares, introduzir na análise a Convenção do Belém do Pará, considerando que a eliminação dos serviços de FIV (ou outra limitação da autonomia procriativa das mulheres) pode ser vista como uma forma de violência contra a integridade moral das mulheres.
ASSUNTO(S)
autonomia procriativa igualdade de gênero estereótipos de gênero liberdades fundamentais direito à vida
Documentos Relacionados
- 4. Os papéis da corte interamericana de direitos humanos e da corte europeia de direitos humanos no enfrentamento da violência de gênero
- Homem, pessoa e dignidade: da antropologia filosófica à Corte Interamericana de Direitos Humanos
- A atividade probatória perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos
- A corte interamericana de direitos humanos e a formulação de políticas públicas
- Admissibilidade de provas perante à Corte Interamericana de Direitos Humanos