Autonomia de professores: um estudo da perspectiva da psicologia / Autonomy of teaching: a study from the perspective of psychology

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A presente pesquisa investiga a autonomia do professor como elemento fundamental para o exercício de sua prática pedagógica. Seu locus é a escola, entendida como um complexo espaço, permeado por relações marcadas pela diversidade apresentada por seus atores e por suas práticas sociais. Seu objetivo é analisar, por meio das falas do professor, o que ele entende por autonomia. O método utilizado insere-se na abordagem qualitativa, e constitui-se da apresentação de trechos de falas retirados das entrevistas realizadas com os professores e com a vice-diretora, e relatos de cenas vivenciadas nas reuniões dos professores. Por meio de análise de conteúdo, estabelecemos categorias como: organização e participação nas decisões; autoridade e responsabilidade; emancipação e auto-regulação; que nos aproximavam da reflexão sobre a autonomia, voltando nosso olhar para a prática pedagógica, para o sentimento dos professores, para os elementos que compunham o contexto investigado. Como base teórica, utilizamos as concepções da Psicologia Sócio-Histórica e de seu principal representante, Vigotski, e as idéias da Educação Libertadora, apresentadas por Paulo Freire. Na conclusão, discutimos que, alguns professores se constituem como auto-regulados, mas não autônomos, mesmo que se esforcem para que sua prática seja autônoma. Tal reflexão surge da constatação de que são muitos os empecilhos existentes para o desenvolvimento dessa autonomia, como, por exemplo, a burocracia existente na rede municipal, as condutas existentes dentro da própria escola, a falta de um trabalho em grupo, do professor se implicar, responsabilizar-se, sentir-se como pertencente ao contexto no qual está inserido. Ser autônomo não significa ser sozinho, agir com individualidade, mas reconhecer-se como ser singular, consciente, crítico, autor de sua história, que age com responsabilidade e segue suas leis. No entanto, também encontramos práticas que se mostram como caminhos possíveis de serem seguidos para que a autonomia emergisse como aspecto das práticas pedagógicas, como algumas atitudes tomadas por parte da vice-diretora e dos professores, ao abrirem-se para as mudanças, sentirem a necessidade de discutir, refletir sobre suas ações, de preocuparem-se com a educação oferecida aos alunos. Por fim, apresentamos como a Psicologia seria importante na escola, na medida em que ela pode contribuir para a compreensão dessas interações, para o desenvolvimento do sujeito, nesse caso, para o desenvolvimento da autonomia, fazendo a mediação dos significados e sentidos atribuídos pelos atores escolares.

ASSUNTO(S)

psicologia human development selfregulation and liberative education socio-historical psychology subjetividade e educação libertadora autonomia docente desenvolvimento humano teacher autonomy psicologia sócio-histórica

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