Ator &alma : a morte como metodo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A questão da interioridade do ator, em seu trabalho artístico, tem demandado, já há mais de um século, a atenção de diversos encenadores e teóricos teatrais. Paralelamente a esse movimento de atenção à subjetividade do ator, tem havido forte retomada de interesse pelas origens de sua arte, num ambiente cultural cada vez mais caracterizado pela pluralidade de formas e pela experimentação. Neste mesmo ambiente, a psicologia teve nascimento, enquanto ciência, estruturou-se e desestruturou-se, ao longo de um século. Um dos pais da psicologia profunda, Carl Gustav Jung, se dedicou ao estudo da alma humana, através de imagens de sonhos, mitos e símbolos da cultura. Em sua teoria, a alma possui uma característica teleológica, que aponta para o chamado processo de individuação, através do qual, potencialidades inatas da personalidade podem se desenvolver. Esta temática permanece até os dias de hoje, encontrando no pós-junguiano James Hillman um de seus principais expoentes. Hillman é um dos criadores do movimento psicológico denominado psicologia arquetípica, que tem buscado aproximar a psicologia (ou seja, o logos de psyqué) da cultura, das artes e da filosofia, em lugar do consultório médico. Recebendo influências de Henry Corbin e do renascimento florentino, Hillman demonstra a relação que existe entre a alma e a morte, e que a individuação junguiana pode ser vista como um processo de fazer a alma. Nesta dissertação, procuro coadunar a idéia do fazer a alma com o processo de formação e atuação em artes cênicas, usando a psicologia arquetípica como ferramenta para ampliar as discussões acerca da interioridade do ator e de sua relação com a corporeidade da cena

ASSUNTO(S)

representação teatral alma corpo arte - psicologia performance (arte) ritual

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