Atividades colagenasica, elastasica e hialuronidasica de venenos animais : caracterização parcial da hialuronidase do veneno da cascavel sulamericana : Crotalus durissus terrificus

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2000

RESUMO

A difusão de toxinas do sítio de inoculação de veneno é atribuída à ação de enzimas como colagenases, elastases, hemorraginas e hialuronidases que degradam os componentes da lâmina basal e da matriz extracelular. Neste trabalho avaliamos a atividade hialuronidásica de vários venenos animais e investigamos algumas propriedades da enzima encontrada no veneno da cascavel sul americana Crota/us durissus terrificus. A atividade hialuronidásica foi medida por um método turbidimétrico usando-se ácido hialurônico como substrato e também por detecção in situ após SDS PAGE. A hialuronidase foi parcialmente purificada por gel filtração em coluna de Sephacryl S200 HR. O perfil de eluição foi monitorado a 280nm e as frações foram testadas para atividade enzimática. A capacidade de antisoros em neutralizar a enzima foi avaliada medindo-se a atividade residual após co-incubação durante 30 min à 37°C. De modo geral, os venenos investigados possuíam atividade hialuronidásica, com níveis mais altos em venenos de artrópodes [15.3+-4.7 ? 166+-19.2 unidades (TRU ou "turbidity reducing units")/mg] do que em serpentes (O - 7.0+-1.7 TRU/mg; média+-E.P.M.; n=3-6). Houve variação dentro e entre espécies e subespécies, conforme observado com os venenos botrópicos e crotálicos, respectivamente. Assim, a atividade hialuronidásica de diferentes amostras de veneno de C. d. terrificus variou de 4.5:tO.5 à 13.2:t4.8 unidades TRU/mg, (n=3-6), enquanto a de C. d. cascavella e C. d. collilineatus era de 25.7:t1.2 e 6.8:t1.1 TRU/mg, respectivamente. A hialuronidase mostrou pH ótimo de 4,0, e atividade máxima na presença de 50-100 mM de NaCI. A enzima perdeu atividade acima de 37°C, e também perdeu 50% de atividade durante as primeiras 6 h em solução (acetato de sódio 0,1 M, pH 6,0, contendo 0,15 NaCI), mas depois se manteve relativamente constante até 24 h, independente da temperatura de incubação (4°C, 25°C, 37°C). A cromatografia do veneno de C. d. terrificus por gel filtração resultou em um pico de atividade hialuronidásica com peso molecular >30.000, o que foi confirmado por eletroforese (SDS-PAGE) seguido por detecção de atividade in situo Com esta técnica, apenas uma banda de atividade foi observada com os diferentes lotes de veneno e o peso molecular foi estimado em -75.000. A atividade da enzima foi inibida de forma dose-dependente por antisoros comerciais (anti-botrópico, anti-crotálico, anti-elapídico e anti-escorpiônico), sendo o anti-escorpiônico o menos eficaz; em altas doses, todos inibiram a atividade em >90%. Estes resultados indicam que há variação nos ní.veis de atividade hialuronidásica no veneno de C. d. terrificus, mas que existe apenas uma isoforma. As propriedades desta enzima se assemelharam às de outras hialuronidases de venenos. A neutralização da atividade enzimática por diferentes antisoros comerciais indicou que há identidade imunológica entre hialuronidases de diferentes venenos

ASSUNTO(S)

matriz extracelular enzimas permeabilidade

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