Atividade de extratos de soja enriquecidos em isoflavonas agliconas na síntese e degradação de óxido nítrico e no controle da proliferação de células de carcinoma de mama in vitro / Activity of soybean extracts enriched in aglycone isoflavones on the synthesis and degradation of nitric oxide and on the control of breast cancer cell proliferation in vitro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Embora as isoflavonas de soja naturalmente se acumulem nas formas glico- emalonil-conjugadas, os efeitos benéficos dos alimentos a base de soja para a saúde humana tem sido creditados às formas agliconas. O presente trabalho teve como objetivo desenvolver uma metodologia para produção de extratos de soja enriquecidos em isoflavonas agliconas e avaliar suas atividades na síntese e na degradação de óxido nítrico (NO) e na proliferação de células de adenocarcinoma de mama (MCF-7) cultivadas in vitro. O doador de óxido nítrico (NO), nitroprussiato de sódio (SNP), foi utilizado como agente indutor para o acúmulo de isoflavonas em sementes de soja, que foram identificadas e quantificadas por cromatografia líquida de alta eficiência e espectrometria de massas. O tratamento com SNP aumentou a síntese das isoflavonas agliconas de forma dosedependente. A produção relativa de formas agliconas foi de aproximadamente 75% nos exsudatos (solução indutora), em comparação com a extração feita apenas a partir somente dos tecidos (34%). Após tratamento com SNP, o exsudato do eixo embrionário acumulou a maior quantidade de isoflavonas livres (1,61 µg/mg) em relação ao cotilédone (1,1 µg/mg), enquanto que nos controles a produção total de isoflavonas foi de 0,3 µg/mg, sendo 95% nas formas conjugadas. Os extratos (350 µg) do eixo embrionário ou cotilédone enriquecido em agliconas, mas não os controles, estimularam a redução ácida do nitrito (determinada com eletrodo específico) levando à produção de 1,4 e 0,9 ηmol de NO em pH 2,0, valores que foram 8 vezes e 5,1 vezes maiores quando comparados à redução apenas na presença de 50 µM de nitrito. A atividade redutora de nitrito foi diminuída com a elevação do pH e estes resultados foram validados através da detecção de NO por quimiluminescência. As principais isoflavonas, livres ou conjugadas, identificadas nos extratos não estimularam a redução ácida do nitrito. Entretanto, foi observado que o tratamento com SNP também provocou o acúmulo de outros fenólicos, como os ácidos gálico, caféico e p-coumárico, que estimularam a redução ácida do nitrito. Em pH neutro os extratos apresentaram atividade sequestrante de NO sendo o de embrião novamente o mais ativo (0,85 ηmol de NO degradado/min), quando comparado com o cotilédone (0,24 ηmol/min) e com a degradação espontânea do controle (0,1 ηmol/min). Os extratos do eixo embrionário e do cotilédone apresentaram efeito bifásico dose-dependente na viabilidade e proliferação de células MCF-7. Nas doses menores (250-500 µg/mL) os extratos promoveram (10-25%) e em concentrações mais elevadas (750-1000 µg/mL) inibiram (15%) a proliferação celular. Na concentração de 500 µg/mL, o efeito proliferativo dos extratos foi revertido por nitrito (100 µM) em 34-36%. As doses mais elevadas dos extratos também estimularam a emissão de NO (detectado com um indicador fluorescente). O efeito bifásico foi atribuído à ação das isoflavonas agliconas em ativar os receptores estrogênicos e estimular a produção de NO, o que foi potencializado pelo nitrito. O conjunto dos resultados sugere que os extratos de soja enriquecidos em compostos bioativos interferem no metabolismo do NO e na proliferação de células de adenocarcinoma de mama.

ASSUNTO(S)

isoflavonas Óxido nítrico mamas - câncer fitofármacos espectrometria de massa célula mcf-7 isoflavones nitric oxide breast cancer phytochemicals mass spectrometry mcf-7 cell

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