Atenção primária no contexto da epidemia zika e da síndrome congênita da zika em Pernambuco, Brasil: contexto, vínculo e cuidado
AUTOR(ES)
Coêlho, Bernadete Perez; Miranda, Gabriella Morais Duarte; Silva, Maria Carolina Nunes Alves da; Torres, Thatiane Cristhina de Oliveira; Oliveira, Tiago Feitosa
FONTE
Ciência & Saúde Coletiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2022
RESUMO
Resumo A epidemia zika trouxe ao cenário o nascimento de crianças com necessidades desconhecidas e inesperadas que exigem acompanhamento longitudinal, fortalecimento do vínculo, integralidade e coordenação do cuidado, atributos essenciais da atenção primária em saúde (APS). Este artigo tem o objetivo de avaliar a orientação da APS utilizando o instrumento PCATool-Brasil. Os dados foram coletados entre 2016 e 2019 por meio de entrevistas com responsáveis de crianças que nasceram em uma maternidade pública do Recife-PE no período crítico do surto de microcefalia, sobretudo no Nordeste do Brasil. Participaram do inquérito 109 responsáveis, dos quais 15,6% tiveram diagnóstico confirmado de microcefalia para suas crianças. Evidenciou-se a suficiência do grau de afiliação e acesso, mas a insuficiência da coordenação de cuidado, longitudinalidade, integralidade, orientação familiar e comunitária. No contexto da síndrome congênita da zika, esses atributos são imprescindíveis para o cuidado integral de crianças e famílias. A produção de saúde a partir desses domínios depende da orientação dos modelos de atenção e gestão com fortes investimentos estaduais e federal. A defesa da vida depende da capacidade de colocar a vida acima de todas as outras racionalidades.
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