Associação entre o uso de estatina e risco de mortalidade durante a fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico em pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva
AUTOR(ES)
FURLAN, Natalia Eduarda; SOUZA, Juli Thomaz de; BAZAN, Silméia Garcia Zanati; FRANCO, Roberto Jorge da Silva; LUVIZUTTO, Gustavo José; GUT, Ana Lúcia; MODOLO, Gabriel Pinheiro; WINCKLER, Fernanda Cristina; MARTIN, Luis Cuadrado; BAZAN, Rodrigo
FONTE
Arq. Neuro-Psiquiatr.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-03
RESUMO
Resumo O acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico é uma causa comum de morte. O papel das estatinas na prevenção secundária da fase crônica do AVC isquêmico foi estabelecido. No entanto, as evidências sobre a sua eficácia na fase aguda do AVC isquêmico são limitadas e contraditórias. Objetivo: Avaliar a associação entre o uso de estatinas e o risco de mortalidade durante a fase aguda do AVC isquêmico em pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva. Métodos: Estudo observacional e prospectivo de pacientes com AVC isquêmico com idade ≥18 anos, internados em uma unidade de terapia intensiva. Os medicamentos utilizados durante os primeiros 7 dias após o ictus, bem como os medicamentos utilizados anteriormente, foram registrados. O desfecho primário foi mortalidade por todas as causas durante os primeiros 7 dias. Resultados: Foram selecionados 212 pacientes e incluídos 97 pacientes com AVC isquêmico no período do estudo. A taxa de mortalidade entre os pacientes que usaram estatinas durante a fase aguda do AVC [14% (9/63)] foi significativamente menor do que a dos pacientes que não usaram estatinas [41% (14/34); p=0,007]. Isso foi confirmado na regressão logística com Odds Ratio - OR 0,19 [p=0,018; intervalo de confiança de 95% - IC95% 0,05-0,75]. Os pacientes que morreram eram mais velhos, apresentavam maior incidência de infarto agudo do miocárdio, escores mais altos na National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e menor pressão arterial sistólica. Estatinas e inibidores da enzima conversora de angiotensina foram utilizados com maior frequência entre os sobreviventes. Essas associações persistiram mesmo após o ajuste para variáveis de confundimento. Conclusão: O uso de estatinas e inibidores da enzima conversora de angiotensina durante a hospitalização foram associados de forma independente à uma menor taxa de mortalidade por todas as causas nos primeiros 7 dias de internação na unidade de terapia intensiva.
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