Associação entre o tamanho das tonsilas palatinas e faríngeas com a pressão da artéria pulmonar em crianças

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução: Hiperplasia adenotonsilar (HAT) é a principal causa de distúrbios respiratórios do sono em crianças, levando a inúmeras complicações. Cor pulmonale. é a mais severa, onde há aumento insidioso e assintomático da pressão da artéria pulmonar antes da descompensação cardíaca, somente podendo ser diagnosticado por cateterismo cardíaco ou ecodopplercardiografia, exames com indicação e acesso limitado. Adenotonsilectomia é o tratamento de eleição nesses pacientes, entretanto existem atrasos para a cirurgia em vários países, aumentando da morbi-mortalidade por exposição prolongada à patologia. Necessita-se de métodos diagnósticos mais baratos e acessíveis para avaliar quais crianças com HAT estão sob risco de desenvolver complicações cardíacas. Estudos já atestaram que sintomas e exame físico não fazem satisfatoriamente esse papel. Objetivo: O objetivo desse estudo é avaliar correlação entre medida de tonsila palatina e faríngea por radiografia de perfil e pressão da artéria pulmonar aferida por ecodopplercardiografia, em crianças com indicação cirúrgica por HAT. Materiais e Métodos: Estudo transversal com amostra consecutiva de crianças com indicação de adenotonsilectomia por distúrbios respiratórios do sono. O tamanho das tonsilas foi aferido por radiografia de perfil, pressão da artéria pulmonar por ecodopplercardiografia e sintomas clínicos e qualidade de vida pelo questionário OSA-18. A relação tonsila/faringe foi inserida em curva ROC para identificar o melhor ponto de corte para identificar crianças com hipertensão da ateria pulmonar. Resultados: Participaram do estudo 45 crianças com média de idade de 72,0±32,3 anos, sendo que 6 (13%) apresentaram hipertensão da artéria pulmonar pela ecodopplercardiografia. Correlação entre pressão da artéria pulmonar sistólica (sPAP) e relação tonsila/faringe foi forte (r = 0,624; p < 0,0001). Os valores da relação tonsila/faringe foram significativamente maiores nos pacientes com HP do que nos normotensos (p < 0,001). relação adenóide/nasofaringe e OSA-18 não se relacionaram significativamente com as variáveis. O ponto de corte da relação tonsila/faringe identificado na cuva ROC com melhor especificidade ainda com sensibilidade 100% foi 0,66. A média de sPAP nas crianças com relação tonsila/faringe > 0,66 foi significativamente maior que nas com relação tonsila/faringe < 0,66 (p < 0,001). Conclusão: A relação tonsila/faringe apresenta ótima correlação com sPAP em crianças com HAT e indicação cirúrgica por distúrbios respiratórios do sono. Crianças com relação tonsila/faringe > 0,66 podem estar em maior risco de complicações cardíacas, portanto sendo indicado investigação complementar com ECD ou preferência na fila de cirurgia.

ASSUNTO(S)

transtornos do sono transtornos respiratórios doença cardiopulmonar tonsila palatina

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