Associação entre o estado nutricional pré-gestacional e a predição do risco de intercorrências gestacionais
AUTOR(ES)
Padilha, Patricia de Carvalho, Saunders, Cláudia, Machado, Raphaela Côrrea Monteiro, Silva, Cristina Lúcia da, Bull, Aline, Sally, Enilce de Oliveira Fonseca, Accioly, Elizabeth
FONTE
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-10
RESUMO
OBJETIVO: analisar a associação entre o estado nutricional pré-gestacional materno e os desfechos maternos - síndromes hipertensivas da gravidez, diabetes gestacional, deficiência de vitamina A e anemia - e do concepto - baixo peso ao nascer. MÉTODOS: estudo transversal, com 433 puérperas adultas (>20 anos), atendidas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e seus respectivos recém-nascidos. As informações foram coletadas em consulta a prontuários e entrevistas. O estado nutricional pré-gestacional materno foi definido por meio do índice de massa corporal pré-gestacional, segundo os pontos de corte para mulheres adultas da World Health Organization (WHO), em 1995. Estimou-se a associação entre os desfechos gestacionais e o estado nutricional pré-gestacional, por meio da odds ratio (OR) e intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: a freqüência de desvio ponderal pré-gestacional (baixo peso, sobrepeso e obesidade) foi de 31,6%. Considerando-se o estado nutricional pré-gestacional, aquelas com sobrepeso e obesidade apresentaram menor ganho ponderal do que as eutróficas e as com baixo peso (p<0,05). As mulheres com obesidade pré-gestacional apresentaram risco aumentado de desenvolver síndromes hipertensivas da gravidez (OR=6,3; IC95%=1,90-20,5) e aquelas com baixo peso pré-gestacional, maior chance de ter recém-nascidos com baixo peso ao nascer (OR=7,1; IC95%=1,9-27,5). Não foi evidenciada a associação entre estado nutricional pré-gestacional e o desenvolvimento de anemia, deficiência de vitamina A e diabetes gestacional. A média de ganho de peso entre as gestantes com sobrepeso e obesas foi significativamente menor, quando comparadas às eutróficas e às com baixo peso (p=0,002, p=0,049, p=0,002, p=0,009). CONCLUSÕES: a expressiva quantidade de mulheres com desvio ponderal pré-gestacional reforça a importância da orientação nutricional que favoreça o estado nutricional adequado e minimize os riscos de intercorrências maternas e do recém-nascido.
ASSUNTO(S)
fisiologia da nutrição materna avaliação nutricional estado nutricional gravidez antropometria peso corporal fatores de risco peso ao nascer
Documentos Relacionados
- Tabagismo e outros fatores de risco pré-gestacional para nascimento espontâneo prematuro
- Prognóstico obstétrico de pacientes portadoras de diabetes mellitus pré-gestacional
- Sobrepeso pré-gestacional associa-se a ganho ponderal excessivo na gestação
- Movimentos respiratórios fetais em gestações com diabetes mellitus pré-gestacional
- Comportamento da enxaqueca durante a gestação em mulheres portadoras de enxaqueca pré-gestacional