ASSINATURAS TAFONÔMICAS E FIDELIDADE QUANTITATIVA DE MOLUSCOS DA FORMAÇÃO TOURO PASSO (PLEISTOHOLOCENO), BRASIL

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Assinaturas tafonômicas são simplesmente danos ao material biogênico morto, como: fragmentação, desarticulação, incrustação. São facilmente quantificáveis, e muito úteis para interpretar ambientes sedimentares de deposição. No ambiente marinho o dano é mais relacionado a processos específicos atuando na interface água-sedimento, do que a tipos de ambientes e seus gradientes, principalmente devido à influência de características intrínsecas dos moluscos. No ambiente de água doce, assinaturas tafonômicas são pouco conhecidas, mas parecem ser afetadas pelos mesmos fatores que no ambiente marinho. A fidelidade quantitativa de assembléias de moluscos representa uma importante ferramenta para maior confiabilidade de dados paleobiológicos e paleoecológicos, pois permite o acesso direto à biodiversidade antiga, contribuindo diretamente para estudos de Biologia da Conservação. Com esse propósito, são efetuadas comparações entre assembléias para acessar o potencial de preservação, para responder efetivamente: O quanto da assembléia viva (biocenose) original é preservado? Estudos com moluscos marinhos têm gerado resultados bons (acima de 85% de fidelidade). Entretanto, para ambientes de água doce, são raros os trabalhos. A fidelidade quantitativa permite responder questões a respeito de produtividade, biomassa e estrutura de comunidades antigas, assim como ecologia de alterações antropogênicas. Porém, assembléias mortas (tanatocenoses) de moluscos raramente são utilizadas para testar o registro fóssil Quaternário (quantitativamente). Existem poucos trabalhos, embora com enfoque quase qualitativo, comparando assembléias fósseis com assembléias de moluscos atuais. Valentine et al. (2006) encontrou 76% de representação das espécies encontradas vivas no registro sedimentar. Alin &Cohen (2004), trabalhando com ostracodes, econtraram índices de fidelidade altos. O Rio Touro Passo é um tributário do Rio Uruguai, localizado no extremo Oeste do Rio Grande do Sul. Drena uma bacia de aproximadamente 800 km2, sendo um rio de 4 ordem. Apresenta morfologia meandrante, tendendo a anastomosada, com setores retilíneos. O substrato é principalmente arenoso. Possui um regime hidrológico intermitente, com o nível de base controlado pelo rio Uruguai, e existem intervalos periódicos de seca, onde o leito é praticamente exposto.

ASSUNTO(S)

paleozoologia biologia geral invertebrados palentologia moluscos

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