Aspectos morfologicos, bioquimicos e biomecanicos de tendões de ratos puberes, adultos e senis sujeitos a diferentes forças mecanicas

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

o tendão calcanear e o tendão flexor digital profundo de ratos são estruturas adaptadas para resistir às forças de tensão. Em algumas regiões, estes tendões também suportam forças de compressão. Nestes locais o tecido fibroso desenvolve uma metaplasia fibrocartilaginosa. O objetivo desse trabalho foi analisar o comportamento mecânico dos tendões, bem como a organização estrutural e a composição da matriz extracelular das regiões submetidas à tensão e tensão/ compressão em três idades diferentes (30dl180d/730d). O tendão calcanear foi dividido em região proximal (tensão) e distal ( compressão) e o tendão flexor digital profundo em duas regiões de tensão (proximal e distal) e uma de compressão (intermediária). A área ocupada pela fibrocartilagem no tendão calcanear apresentou crescimento longitudinal com a idade, enquanto que no tendão flexor digital profundo o desenvolvimento ocorreu transversalmente. Os proteoglicanos estão concentrados na matriz pericelular das células diferenciadas nos dois tendões. A presença de proteoglicanos entre as fibras colágenas parece diminuir nos indivíduos mais velhos no tendão calcanear e aumentar no tendão flexor digital profundo. As regiões de tensão não apresentaram variações entre as idades quanto à organização das fibras colágenas e basofilia na matriz extracelular. A ultraestrutura das células da região de compressão apresentou um citoplasma rico em filamentos do citoesqueleto. A matriz pericelular dos fibrocondrócitos no tendão flexor digital profundo, rica em proteoglicanos e fibrilas de colágeno, apresentou aumento na espessura nos animais mais velhos. No tendão calcanear, nas mesmas idades, a matriz pericelular passa por alterações progressivas, resultando numa malha de fibrilas de colágeno nos indivíduos idosos. Nas regiões de tensão as células apresentaram citoplasma rico em retículo endoplasmático rugoso. No tendão calcanear a capacidade de síntese das células parece diminuir antes que no tendão flexor digital profundo. Em ambos os tendões as fibrilas de colágeno apresentaram diâmetros menores na região de compressão em relação a de tensão. As médias dos diâmetros das fibrilas de colágeno de todas as regiões apresentaram aumento entre as idades de 30 e 180d com diminuição nos indivíduos de 730d. As regiões de tensão do tendão calcanear e flexor digital profundo apresentaram intumescimento mais acentuado em ácido acético que as de compressão. O conteúdo de água apresentou valores semelhantes entre as todas regiões e idades. A presença de glicosaminoglicanos foi maior nos indivíduos mais jovens. Contudo, nos animais mais velhos foram detectados conteúdos maiores nas regiões de compressão. O conteúdo de proteínas solúveis foi maior nas regiões de tensão enquanto que os conteúdos de ácido urânico e glicosaminoglicanos sulfatados foram mais proeminentes nas regiões de compressão. O glicosaminoglicano predominante em todas as regiões do tendão calcanear e flexor digital profundo foi o dermatam sulfato. O condroitim sulfato também foi detectado, mas somente na região de compressão de indivíduos com 30d. Fibromodulim e o decorim foram detectados em todas as regiões e idades. O teste imunoquímico para fibromodulim demonstrou diferentes graus de associação com o colágeno entre as idades. O decorim parece mais evidente nas regiões de compressão de animais com 180d. O tendão calcanear apresentou aumento progressivo da tensão de ruptura e módulo elástico durante o envelhecimento enquanto que no tendão flexor digital profundo foram observados aumento nos valores entre 30d e 180d e diminuição aos 730d. Os tendões analisados parecem apresentar respostas biológicas semelhantes aos diferentes tipos de forças a que são submetidos, no entanto, as variações qualitativas e quantitativas observadas devem estar relacionadas às diferenças na exigência funcional durante o envelhecimento

ASSUNTO(S)

proteoglicanos envelhecimento matriz extracelular

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