Aspectos ClÃnico-EpidemiolÃgicos de Gestantes com Valvulopatia ReumÃtica em Hospital PÃblico de Recife

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A febre reumÃtica (FR) constitui um grande problema de saÃde pÃblica nas naÃÃes em desenvolvimento, tendendo a ocorrer em Ãreas superpovoadas, com baixas condiÃÃes culturais e socioeconÃmicas, nos indivÃduos geneticamente susceptÃveis. A doenÃa acomete a pele, sistema nervoso central, articulaÃÃes e o sistema cardiovascular. Apenas neste Ãltimo o dano pode ser permanente. O tratamento tem elevado custo para o sistema de saÃde. Nas mulheres com cardiopatia, o perÃodo gestacional com suas modificaÃÃes circulatÃrias à fator de descompensaÃÃo. Este estudo descreve os aspectos epidemiolÃgicos (procedÃncia, local de moradia, grau de instruÃÃo, nÃmero de pessoas residindo na casa, paridade, tempo de gestaÃÃo, idade, renda familiar, uso de profilaxia secundÃria com penicilina benzatina, consultas do prÃ-natal), e caracteriza os diferentes tipos de seqÃelas valvulares e o grau funcional das gestantes com cardiopatia reumÃtica crÃnica internadas na maternidade do hospital pÃblico Agamenon MagalhÃes, no Recife, no perÃodo de maio a novembro de 2005. Trata-se de um estudo descritivo em uma amostra de 27 gestantes portadoras de seqÃelas valvulares reumÃticas. Procedeu-se à avaliaÃÃo clÃnica e eletrocardiogrÃfica, alÃm de imagens ecocardiogrÃficas. Colheram-se informaÃÃes socioeconÃmicas e epidemiolÃgicas, pela aplicaÃÃo de questionÃrio sobre limitaÃÃo Ãs atividades fÃsicas, antes e durante a gestaÃÃo e enquadramento das pacientes na classificaÃÃo funcional de I a IV da New York Heart Association. ExcluÃram-se patologias cardÃacas outras que nÃo fossem de origem reumÃtica. Das 27 pacientes estudadas, 59,2% procediam da regiÃo metropolitana, quase 63% tinham, no mÃximo quatro pessoas morando sob o mesmo teto, 66,6% eram de instruÃÃo elementar, 55,5% presentavam renda familiar de atà um salÃrio mÃnimo, 44,4% nÃo faziam profilaxia regular com penicilina benzatina e 83,3% fizeram consultas de prÃ-natal, 55,5% eram multÃparas, 81,4% encontravam-se no 3 trimestre de gravidez e a mÃdia de idade foi de 27,6 anos. Cinco tinham prÃteses biolÃgicas mitral e uma, dupla prÃtese biolÃgica aÃrtica e mitral, enquanto as demais, acometimento das vÃlvulas nativas. Constatou-se haver dez pacientes com dupla lesÃo mitral, oito com insuficiÃncia mitral, um com estenose mitral, dois com dupla lesÃo aÃrtica, 6 com insuficiÃncia aÃrtica, 18 com insuficiÃncia tricÃspide, dois com insuficiÃncia pulmonar. Com o surgimento da gravidez, agravou-se a classe funcional em 62,9% dos casos. O eletrocardiograma alterou em 51,8%; e a dispnÃia foi a queixa mais comum (55,5%). Houve associaÃÃo estatisticamente significativa do ecocardiograma e algumas valvulopatias. Criou-se um Ãndice clÃnico-eletrocardiogrÃfico que era considerado positivo quando a paciente apresentou, ao exame, mais de sete sintomas e sinais clÃnicos. Tal Ãndice positivo tambÃm se mostrou estatisticamente significativo em algumas valvulopatias. Concluiu-se que as gestantes, em sua maioria, estavam em acompanhamento prÃ-natal, no 3Âtrimestre de gravidez, eram multÃparas, tinham baixa renda e baixo nÃvel de instruÃÃo, nÃo faziam profilaxia regular com penicilina benzatina e residiam com atà quatro pessoas na mesma moradia. AlÃm disso, na populaÃÃo estudada, as insuficiÃncias tricÃspide e mitral foram as disfunÃÃes valvulares mais freqÃentemente encontradas isoladas ou quando combinadas, estando presentes em 18 dos 27 casos (66,6%). A gravidez, provavelmente contribuiu para agravar a classe funcional em 17 pacientes (62,9%)

ASSUNTO(S)

febre reumÃtica medicina medicina interna cardiologia

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