AS PRAÃAS DO FERREIRA, JOSE DE ALENCAR E O PASSEIO PÃBLICO, FORTALEZA-CE

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente estudo analisa as diversas territorialidades que se constroem nas praÃas do Passeio PÃblico, do Ferreira e Josà de Alencar nos dias atuais, centrando a anÃlise no cotidiano dos diferentes atores sociais que ali desempenham suas atividades, delimitando assim seus territÃrios. As praÃas em estudo localizam-se na Ãrea central de Fortaleza, e constituem-se como os espaÃos mais dinÃmicos da cidade. Considerando o territÃrio como produto da apropriaÃÃo de um determinado segmento do espaÃo por um grupo social, verifica-se que relaÃÃes de controle, afetiva, ou de pertencimento sÃo ali estabelecidas. Desse modo, o trabalho foi norteado por algumas indagaÃÃes consideradas pertinentes ao estudo no sentido de compreender os processos de ordem econÃmica, polÃtica e cultural que ocorreram para que as praÃas perdessem suas tradicionais funÃÃes como local primordial de encontro, de lazer, de contemplaÃÃo e de sociabilidade. Identificou-se que o uso atual das praÃas difere muito daqueles dos sÃculos XIX e XX, perÃodo de glamour do centro, onde as praÃas se assemelhavam aos belos jardins europeus. Nessa Ãpoca, prevalenceu no embelezamento da cidade a influÃncia de estilos arquiteÃnicos de cidades europÃias, com a presenÃa de praÃas arborizadas, âquiosquesâ, edifÃcios elegantes, hotÃis, entre outros equipamentos, que convidavam a sociedade ao lazer e a sociabilidade. Cada praÃa com sua singularidade e peculiaridade, atraÃa a sociedade cuja freqÃÃncia a esses espaÃos era constante, devido à concentraÃÃo das funÃÃes residenciais, comerciais, de serviÃo e lazer, que proporcionavam uma grande convergÃncia das atividades na Ãrea central. Nesse contexto, Fortaleza encontrava-se organizada de forma monocÃntrica em torno dessa zona, com um poder agregador das principais atividades econÃmicas e culturais da cidade. A partir de 1970, iniciou-se a descentralizaÃÃo dessas atividades da Ãrea central associada à fragmentaÃÃo dos espaÃos e a incorporaÃÃo do processo de metropolizaÃÃo. Essas mudanÃas trouxeram novas formas e funÃÃes aos diferentes espaÃos do Centro. Por exemplo, as praÃas antes voltadas à animaÃÃo e ao lazer, adquiriram novas funcionalidades conforme as mutaÃÃes urbanas e os interesses administrativos e de gestÃo da cidade. Assim, ao longo da histÃria dessas praÃas as transformaÃÃes sociourbanas moldaram-nas para que as mesmas assumissem, principalmente, a funÃÃo de um lugar de passagem, devido ao ritmo acelerado incorporado no cotidiano dos citadinos. De modo que, hoje, a apropriaÃÃo dos espaÃos pÃblicos da cidade se efetiva de forma diferente dos tempos passados e se manifesta principalmente com a presenÃa das classes populares que objetivando melhores condiÃÃes de vida territorializam a maioria das praÃas da Ãrea central. NÃo obstante a existÃncia de outras Ãreas de lazer eleitas pela sociedade fora do perÃmetro central, alguns logradouros do centro ainda mantem a funÃÃo de congregaÃÃo social no contexto da metrÃpole.

ASSUNTO(S)

Ãrea central espaÃos pÃblicos territorialidades geociencias

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