As ocupações supostamente subalternas: o exemplo da enfermagem brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Saúde e Sociedade

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-06

RESUMO

Este é um estudo sobre a história da formação de Educadoras Sanitárias e Enfermeiras de Saúde Pública na primeira metade do século 20, com destaque para acontecimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A sociologia histórica proporciona um instrumental teórico-metodológico fundamental para análise e interpretação das relações entre instituições, poder e identidades profissionais e, nesse sentido, permite o estudo do processo de demarcação de um território de decisões e de atuação feminina que não fosse marcado pela subalternidade à profissão médica. O presente estudo se apóia na literatura histórico-sociológica que discute o movimento de configuração do campo da saúde pública iniciado nos anos de 1920 e estreitamente ligado aos debates sobre a nacionalidade e a constituição de identidades profissionais no campo do Cuidar. A década de 1920 instaurou novas práticas e concepções na relação entre Estado e sociedade, acentuando-se a especialização em saúde pública ou higiene. A formação de novas categorias seguiu um modelo de profissionalização baseado na "feminização" da atenção ao paciente e às famílias. O texto discute a formação das profissionais e a organização do campo do trabalho. Conclui-se que a ênfase nas conquistas do poder médico pela literatura tem relegado, a segundo plano, o surgimento do novo campo profissional para jovens mulheres das classes médias e de alguns segmentos urbanos das camadas populares, que passaram a atuar como visitadoras da Educação Sanitária e da Enfermagem de Saúde Pública, bem como nos centros e postos de saúde que se difundiram por várias regiões do país.

ASSUNTO(S)

sociologia das profissões identidade profissional gênero enfermeira de saúde pública

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