As forças em jogo na prática de um grupo de formadores de educadores no município de São Paulo: instituição, política e subjetividade / The forces at stake in the practice of a group of teacher educators in Sao Paulo: development, politics and subjectivity

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/05/2011

RESUMO

Esta pesquisa analisa o discurso de oito educadoras que têm experiências com formação continuada em serviço como membros de equipes técnicas da Secretaria da Educação da prefeitura de São Paulo e das escolas municipais. O método, compreendido como uma estratégia de pensamento, é o da Análise Institucional do Discurso (AID), proposto por Guirado (2010) e se constituiu como um operador da pesquisa, desde a elaboração do problema e da revisão bibliográfica até a produção, mediação e análise do material discursivo dos quatro encontros ocorridos entre as participantes e a pesquisadora. Foi uma experiência de trabalho com o método, em grupo e em ato, na dimensão institucional das relações, o que colocou a atual pesquisadora como coparticipante dos resultados. O objetivo da pesquisa foi analisar os movimentos ocorridos nas sessões de grupo e, neles, como se deram os processos de construção da subjetividade das formadoras, a partir das forças em jogo nas práticas de formação recebidas e oferecidas no contexto público que sofre alterações a cada mudança de ciclo político. Para chegar aos modos de subjetivação presentes no campo da formação partiuse dos lugares atribuídos aos educadores e a seus formadores, bem como à formação continuada em serviço no contexto público-municipal, definidos pela ordem institucional encontrada a partir da análise da revisão bibliográfica. Em seguida, estabelecem-se os lugares assumidos e construídos para si e para os demais atores institucionais, na perspectiva das histórias contadas pelas profissionais. Os resultados da análise dos textos teóricos mostram um discurso hegemônico a favor do professor pesquisador e reflexivo, do formador \"profissional\" (que toma a tarefa como o seu compromisso e a sua identidade) e da formação participativa, crítica e transformadora de si e da escola. Em contrapartida, os discursos das formadoras não caracterizam tais lugares para si e para o trabalho, o que evidencia um malestar e um choque de expectativas entre os lugares e perfis prescritos e desejados para fazer face aos problemas educacionais no país e os vivenciados por elas. A análise destes discursos aponta certos lugares ocupados de forma recorrente e circular, os quais caracterizam-se como formações subjetivas: recolhimento individual (vitimização, culpabilização, desqualificação), sujeição burocrática (passividade, apagamento de si, alienação), guerra (disputa, resistência, ataque e defesa), sobrevivência (aguardar, suportar, permanecer), amalgamento (parcerias, apoios e mitificação na busca de iguais). Mostrou-se, ao final, que cada uma ocupou tais lugares a seu modo e fez ensaios de diferença e liberdade em relação às pautas subjetivas construídas institucionalmente. Conclui-se que a atual pesquisa faz uma reflexão crítica sobre a prática de formação continuada em serviço e suas produções e mobiliza o regime de produção de verdades institucionais ao dar visibilidade aos modos de subjetivação produzidos e aos tipos de experiência de si vividas por um grupo de formadoras. O método provou-se fértil para mediação psicológica e análise de discurso em grupo

ASSUNTO(S)

análise institucional continuing education discourse discurso educação continuada educational policy formação de professores institutional analysis política educacional subjectivity teacher education

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