AS "DESCRIÇÕES FINAS" DAS ANÁLISES SECUNDÁRIAS DO PISA

AUTOR(ES)
FONTE

Educ. Soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-09

RESUMO

RESUMO: Os métodos da OCDE e do PISA para influenciar a política por meio dos rankings e do aconselhamento político estão bem documentados. Este artigo é especulativo e explora as implicações mais sutis e talvez mais profundas da evolução da base de dados do PISA, e da análise secundária que é realizada utilizando-a. Com base em conceitos dos Science and Technology Studies , este artigo sugere que o PISA reduz "objetos ontologicamente luxuriantes" em "objetos ontologicamente empobrecidos" por meio da padronização e simplificação. Libertos das suas amarras e traduzidos em inscrições, esses objetos ontologicamente empobrecidos são promíscuos, combinando-se livremente, de diferentes formas, com outros tantos objetos, através de espaços e tempos, tendo em vista a produção de lições para as políticas e as práticas. Neste artigo, sugiro que, embora essas relações promíscuas possam produzir afirmações matematicamente defensáveis, esses resultados podem ser ontologicamente um absurdo. Utilizando dados de entrevistas com especialistas da avaliação e com políticos, bem como análises secundárias publicadas, este artigo introduz algumas ideias sobre como podemos compreender o banco de dados do PISA e o seu uso em análises secundárias. O artigo argumenta que a análise secundária não é um exercício meramente matemático ou técnico, mas sociotécnico, e que, dada a sua influência e o seu alcance, intenta abrir as caixas negras do banco de dados do PISA e as práticas das análises secundárias, disponibilizando-as para uma análise e uma crítica sociológica e filosófica mais ampla.

ASSUNTO(S)

bases de dados de larga escala análise secundária estudos sociais em ciência e tecnologia pisa

Documentos Relacionados