Artrite-encefalite caprina: infecção experimental via inseminação artificial e acompanhamento clínico e sorológico.

AUTOR(ES)
FONTE

2010.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Desde os relatos dos primeiros casos da síndrome da Artrite-Encefalite Caprina (CAE) até o isolamento e identificação do vírus (CAEV) como o agente causador, os pesquisadores vêm buscando um maior conhecimento da doença, como a comprovação das formas de transmissão e os métodos laboratoriais capazes de auxiliar no diagnóstico e controle da infecção. Visando contribuir com estas questões, foram realizados dois experimentos na Embrapa Caprinos e Ovinos, sendo um para avaliar a transmissão do CAEV pelo sêmen via Inseminação Artificial (IA), e o outro para comparar os testes de diagnóstico, Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) e Western Blot (WB), e correlacionar os resultados dos testes com os sinais clínicos da doença. Para tanto, 30 cabras Sem Raça Definida com idades entre um e três anos, sorologicamente negativas para o CAEV, tiveram o estro sincronizado utilizando-se dois protocolos: um grupo recebeu esponjas intravaginais e outro implantes subcutâneos auriculares. Para as inseminações foram dividas em três grupos de 10 animais e inseminadas com sêmen de um reprodutor Anglo-Nubiano (soronegativo), coletado por vagina artificial, dividido em três alíquotas e diluído em MEM com 2% de soro fetal bovino e glicose, sendo que em uma alíquota o meio de diluição portava o vírus cepa padrão CAEV-Cork, com título infectante 106 TCID50/mL e em outra o título de 102 TCID50/mL. A terceira alíquota foi diluída no mesmo meio sem o vírus para controle negativo. Aos 30, 60, 90, 120, 180, 240, 300 e 360 dias após as inseminações as fêmeas foram monitoradas clinicamente e pelos testes de diagnósticos IDGA e WB. A transmissão foi confirmada aos 30 dias após as IAs em duas cabras por IDGA e em doze por WB. Aos 60 dias, todas as fêmeas (20) que receberam o sêmen contaminado apresentaram anticorpos anti CAEV através do teste de WB. As cabras do grupo controle permaneceram soronegativas durante todo o período experimental segundo os dois testes de diagnóstico. Todos os animais infectados mantiveram-se clinicamente saudáveis e sem nenhum sintoma característico da CAE durante 12 meses de infecção. Com base nesses resultados, pode-se concluir que o vírus foi transmitido pela inseminação artificial com sêmen contaminado. Além disso, os animais inseminados com sêmen contaminado representam importantes fontes de infecção do CAEV, agravado pelo fato da doença não manifestar sintomas clínicos por um longo período de tempo e que o IDGA, que é o teste usualmente utilizado e recomendado pela OIE e pelo MAPA, não detecta os animais no início da infecção e apresenta elevada ocorrência de animais falso-negativos.

ASSUNTO(S)

idga transmissão sexual westen blot caprino doença animal artrite encefalite caprina lentivírus sêmen

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