Apoio social, adesão ao tratamento e controle metabólico de pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 / Social support, treatment adherence and metabolic control of people with type 2 diabetes mellitus.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Trata-se de um estudo seccional, de abordagem quantitativa, cujo objetivo geral foi analisar a relação entre o apoio social percebido, a adesão às atividades de autocuidado, a adesão ao tratamento medicamentoso e o controle metabólico de pessoas com diabetes mellitus tipo 2. Como objetivos específicos, pretendeu-se caracterizar a amostra segundo características sociodemográficas, clínicas, hábitos de vida e controle metabólico; avaliar a percepção das pessoas com diabetes mellitus tipo 2 frente ao apoio social; avaliar a adesão ao autocuidado e ao tratamento medicamentoso das pessoas com diabetes mellitus tipo 2. O estudo foi desenvolvido em unidade ambulatorial, no período de maio a novembro de 2008. Mediante os critérios de inclusão e exclusão, a amostra ficou constituída por 162 pessoas; para a coleta dos dados, foram utilizados o Inventário da Rede de Suporte Social, o Questionário das Atividades de Autocuidado com a Diabetes e a Medida de Adesão aos Tratamentos. Resultados: 94 (58%) participantes eram do sexo feminino, a média de idade foi de 59,39 (DP=8,02) anos, 114 (70,4%) eram casados, 67 (41,4%) aposentados ou pensionistas, 129 (79,6%) procedentes de Ribeirão Preto e/ou região, média de escolaridade de 5,36 (DP=3,90) anos de estudo e uma média de renda familiar mensal de 1.325,65 (DP=1.122,72) reais. O tempo de diagnóstico foi, em média, 14,8 (DP=7,72) anos; 88 (54,3%) eram obesos e 58 (35,8%) com sobrepeso; a prática de atividade física (regular ou esporadicamente), o tabagismo e o consumo de bebida alcoólica foram referidos, respectivamente por 55,5%, 6,2% e 19,8% dos participantes. Entre as complicações/comorbidades, as de maiores frequências foram as dislipidemias e a hipertensão arterial sistêmica; 104 (64,2%) participantes estavam em terapia combinada de insulina e antidiabéticos orais; 143 (88,3%) apresentaram hemoglobina glicada maior ou igual a 7% (média=9,1%; DP=1,82); médias da pressão arterial sistólica 140 mmHg (DP=22,4) e da diastólica 78 mmHg (DP=11,84); da circunferência abdominal para o sexo masculino 106,4 cm (DP=12,87) e feminino 106 cm (DP=13,87); colesterol total 182 mg/dl (DP=47,7); HDL 42 mg/dl (DP=9,3) e triglicérides 215 mg/dl (DP=237,3). Observou-se elevada percepção de apoio social, e a principal fonte foi a dos familiares, seguidos pelos profissionais de saúde. A adesão ao autocuidado foi baixa em 69,1% dos participantes e alta para o tratamento medicamentoso (95,7%). Para um p<0,05, o apoio social teve correlação direta com a idade (0,20), adesão ao autocuidado (0,21) e adesão medicamentosa (0,18); e inversamente com a escolaridade (-0,24). A adesão ao autocuidado correlacionou-se diretamente com a adesão medicamentosa (0,22), e inversamente com a escolaridade (-0,18); a adesão medicamentosa correlacionou-se diretamente com a adesão ao autocuidado (0,22), com a frequência diária de aplicação de insulina (0,18) e frequência diária de tomada do antidiabético oral (0,27). Conclusões: os dados sugerem que a escolaridade é uma variável que deve ser considerada na educação em diabetes mellitus e pode ser uma barreira para o autocuidado, enquanto o apoio social poderá ser útil para se obter a adesão ao tratamento e ao autocuidado.

ASSUNTO(S)

diabetes mellitus adesão ao tratamento diabetes mellitus nursing apoio social social support treatment adherence enfermagem

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