Antropometria em crianças com colestase neonatal

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-12

RESUMO

RACIONAL: As doenças hepáticas crônicas na infância freqüentemente levam à desnutrição e ao déficit de crescimento, sem haver referência de um padrão definido para colestase neonatal OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional e o padrão de crescimento em crianças com colestase intra-hepática e colestase extra-hepática MATERIAL E MÉTODOS: Foram revistos os prontuários de 144 pacientes com colestase neonatal atendidos no Serviço de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da UNICAMP, Campinas, SP, durante o período de 1980 a 2003 e de acordo com o diagnóstico anatômico, classificados em dois grupos: grupo 1, pacientes com colestase intra-hepática e grupo 2, com colestase extra-hepática. Os valores de peso e estatura foram obtidos em quatro momentos: 1º) Na primeira consulta realizada até o 4º mês de vida, 2º) entre o 5º e o 7º mês, 3º) entre o 8º e o 10º mês e 4º) entre o 11º e 13º mês. Para cada paciente foi realizado o cálculo do Z-escore em relação ao peso para a idade e estatura para a idade nos momentos 1 a 4. Para o paciente ser incluído no estudo, era necessário ter as medidas de peso e/ou estatura nos quatro estágios. A estatística empregada foi a análise de variância e o teste de Tukey. Para análise de variância com medidas repetidas quanto ao escore-Z de peso para a idade, a amostra utilizada foi de 60 pacientes, sendo 29 do grupo 1 e 31 do grupo 2. Para estatura, a amostra utilizada foi de 33 pacientes, sendo 15 do grupo 1 e 18 do grupo 2. RESULTADOS: As médias dos escores-Z de peso para a idade nos quatro momentos da avaliação para os pacientes do grupo 1 foram: T1 =-1.54; T2 = -1.40; T3 = -0,94; T4 = -0.78, havendo diferença significante entre T2×T3 e entre T1×T4. Para os pacientes do grupo 2 foram: T1 = -1.04; T2 = -1.67; T3 =-1.93 e T4 = -1.77, havendo diferença significante entre T1×T2 e T1×T4. Houve também diferença significante entre as médias dos escores-Z de peso para a idade entre o grupo 1 e o grupo 2 no T3 e no T4. As médias dos escores-Z de estatura para idade nos quatro momentos da avaliação para os pacientes do grupo 1 foram: T1 = -1.27; T2 = -1.16; T3 = -0.92 e T4 = -0.22, havendo diferença significante entre T3XT4 e T1XT4. Para os pacientes do grupo 2 foram: T1 = -0.93; T2 = -1.89; T3 = -2.26 e T4 = -2.03, havendo diferença significante entre T1×T2 e T1×T4. Houve também diferença significante entre as médias dos escores-Z de estatura para a idade entre o grupo 1 e o grupo 2 no T3 e no T4 CONCLUSÕES: As diferenças de peso e estatura entre os grupos tornaram-se significantes a partir da terceira medida, sendo o déficit mais acentuado no grupo extra-hepático. Nesse grupo, há evidência de que o agravo pôndero-estatural se instala entre o primeiro e o segundo momento de avaliação.

ASSUNTO(S)

colestase extra-hepática colestasia intra-hepática estado nutricional antropometria recém-nascido

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