Anticorpos antiendomísio em pacientes brasileiros com doença celíaca e em seus familiares de primeiro grau
AUTOR(ES)
KOTZE, Lorete Maria da Silva, UTIYAMA, Shirley Ramos da Rosa, NISIHARA, Renato Mitsunori, ZENI, Márgara Patrícia Bini, SENA, Margareth Gomes de, AMARANTE, Heda Maria Santos
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-04
RESUMO
Racional — Dados de literatura têm mostrado alta especificidade dos anticorpos antiendomísio da classe IgA (EmA IgA) na doença celíaca. O pequeno número de trabalhos brasileiros motivaram o presente estudo. Objetivos - Determinar a sensibilidade e especificidade dos anticorpos antiendomísio da classe IgA em celíacos brasileiros ao diagnóstico, após tratamento para confirmar a aderência à dieta isenta de glúten e como rastreatmento em familiares de primeiro grau. Métodos - Estudo clínico e sorológico abrangente foi realizado investigando-se a presença destes anticorpos em 392 indivíduos da região sul do Brasil. Empregou-se imunofluorescência indireta, tendo como substrato cordão umbilical humano, e os níveis de IgA sérica foram determinados por turbidimetria, em todos os grupos. O estudo compreendeu 57 celíacos (18 ao diagnóstico, 24 aderentes à dieta e 15 com transgressões maiores ou menores), 115 familiares de celíacos (39 famílias), 94 pacientes com outras doenças gastrointestinais e 126 indivíduos sadios da população. Resultados - Os dados evidenciaram 100% de positividade nos pacientes recém diagnosticados e nos consumidores de glúten, em contraste com 0% nos aderentes à dieta. Um indivíduo do grupo controle foi positivo, mas recusou biopsia. No grupo de outras doenças gastrointestinais, um paciente positivo, portador de retocolite ulcerativa, também apresentava síndrome de Down, epilepsia e a biopsia intestinal diagnosticou doença celíaca. Tais dados mostram 99.3% de especificidade. Dezoito familiares foram positivos para anticorpos antiendomísio da classe IgA (15.65%) e a correlação com a população sadia foi estatisticamente significativa. Em sete foi realizada biopsia que demonstrou atrofia total de vilosidades em um e seis com arquitetura preservada, porém com número elevado de linfócitos intra-epiteliais. Conclusões - O método revelou 100% de sensibilidade e 99.3% de especificidade. Por não ser invasivo, pode ser usado para rastreamento de formas atípicas ou latentes de doença celíaca, evita biopsias seriadas e serve para controle da aderência à dieta, com implicações na prevenção de malignidade na doença celíaca.
ASSUNTO(S)
doença celíaca auto-anticorpos imunofluorescência
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