Anistia chega ao Brasil, ou como uma organização britânica ultrapassou fronteiras, amparou presos políticos e escancarou crimes da ditadura militar
AUTOR(ES)
Mesquita, Gustavo
FONTE
Rev. Bras. Hist.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-04
RESUMO
RESUMO Amparado no uso de acervos repressivos, o artigo explora representações anticomunistas difundidas pela comunidade de segurança e informações, que associaram o uso de drogas a uma estratégia do movimento comunista internacional para corromper a juventude durante a ditadura. Essa acusação se vinculava a uma tradição anticomunista conspiracionista atualizada pela Guerra Fria e pelos protestos juvenis nos anos 1960/1970, impactada pela modalidade repressiva transnacional da guerra às drogas desenvolvida pelos Estados Unidos. Esses elementos convergiram com argumentos do probicionismo que tomavam a droga como o fantasma do mal vinculado à destruição da família e à devassidão moral-sexual. Por isso, alguns documentos sobre a toxicomania comunista no Brasil modelaram essa percepção. Em paralelo ao pânico anticomunista, a repetição do argumento não esteve fundamentada em evidências. Essas frações inflacionaram o perigo vermelho, instrumentalizando-o para demarcar posições políticas ao longo da ditadura militar.
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