Analises clinica, histopatologica e imunohistoquimica de rabdomiossarcomas da região de cabeça e pescoço

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Rabdomiossarcoma (RMS) são tumores malignos de músculo estriado e acometem preferencialmente crianças e adolescentes, sendo raros em pessoas com mais de 45 anos de idade. Muitos estudos clinicos com RMSs têm proporcionado melhoras no prognóstico. Entretanto, a importância da expressão imunohistoquímica de algumas proteínas ainda precisa ser esclarecida. O objetivo desse estudo foi avaliar as características clínicas, histopatológicas e imunohistoquímicas de RMSs de cabeça e pescoço correlacionando com o prognóstico dos pacientes. Foram analisados 29 pacientes com RMS da região de cabeça e pescoço tratados no Departamento de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia, Hospital do Câncer A.C Camargo, São Paulo, Brasil entre 1954 e 2002. Os dados clínicos foram obtidos dos prontuários médicos e as lâminas histológicas foram revisadas e os tumores classificados de acordo com Enzinger &Weiss (2001). A imunohistoquímica foi realizada pela técnica de imunoperoxidase usando anticorpos contra vimentina, desmina, miogenina, MyoD1 e AE1/AE3 para diagnóstico e contra p53, PCNA, Ki67, C-erbB2, FAS e CDK4 para análise do prognóstico. Os tumores foram mais frequentes nas duas primeiras décadas de vida (média de idade 14,3 anos) com uma discreta predominância no gênero masculino (58,6%). A região extra-oral foi o local mais comum (62,1%) com maior frequência no nariz. A região intra-oral foi acometida por 37,9% dos casos, havendo predomínio de tumores em mucosa jugal. O estádio clínico predominante foi o T2b (9 casos, 31 %). A maioria dos pacientes não apresentava metástase à distância no momento do diagnóstico, entretanto 10 pacientes apresentaram metástase regional e 2 metástase à distância. Microscopicamente, 18 casos (62,1 %) foram classificados como RMS embrionário, 10 (34,5%) como RMS alveolar e 1 caso (3,4%) como RMS pleomorfo. Na avaliação imunohistoquímica para diagnóstico, 27 casos foram positivos para desmina (93,1 %), 28 para vimentina (96,5%), 27 casos para miogenina (93,1 %) e em 10 casos para MyoD 1 (34,5%). Considerando marcadores de prognóstico, positividade para p53 foi encontrada em 4 casos (13,8%), para PCNA em 28 casos (96,5%), para Ki67 em 16 casos (55,2%), para C-erbB2 em 19 casos (70,4%), para FAS em 9 casos (31%) e para CDK4 em 10 casos (34,5%). A análise da correlação de frequência demonstrou que a expressão de Ki67 e CDK4 foi mais comum em RMSs embrionários. O tratamento predominante foi a quimioterapia com radioterapia (17 casos, 58,6%) havendo recorrência em 15 casos (41,4%). A sobrevi da global foi de 28,7% em cinco e dez anos. Somente a variável p53 foi associada ao prognóstico na sobrevi da global, com os casos positivos relacionados com o pior prognóstico (p = 0,06). Nossos resultados demonstraram que nenhum dos marcadores imunohistoquímicos estudadós

ASSUNTO(S)

epidemiologia prognostico

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