Análise sócio-desenvolvimental do crescimento evangélico no Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Partindo da teoria da escolha racional e dos estudos sociológicos e administrativos sobre as organizações, elaboramos esta tese de doutorado tematizando o campo religioso brasileiro. Este trabalho faz uma recapitulação da historia desenvolvimental da esfera religiosa brasileira, sobretudo do cristianismo e reinterpreta os dados encontrados a partir da teoria da escolha racional e das teorias do mercado religioso. Mostramos a importância da quebra do monopólio religioso para a dinamização da economia religiosa brasileira, a instalação das primeiras firmas religiosas evangélicas concorrentes do catolicismo. Indicamos algumas das conseqüências dessa quebra ao longo do século XX na própria sociedade, na mentalidade dos agentes religiosos, na visão de mundo dos indivíduos potencialmente interessados em bens religiosos e finalmente nas instituições produtoras de bens de salvação. Evidencia-se que o processo de pluralismo religioso e liberdade religiosa se desenvolveram exponencialmente ao longo do século passado, em todas as regiões do Brasil. O resultado de tal processo foi um aprofundamento das transformações dentro das organizações religiosas com o intuito de batalharem para não desaparecerem no meio da concorrência. Ligado a isso, houve uma transformação significativa na forma como os indivíduos se relacionam com as instituições religiosas. O fiel transformou-se em consumidor de bens religiosos. Ao mesmo tempo, inúmeros modelos organizacionais apareceram substituindo formas arcaicas de pouco eficientes de administração religiosa e de manutenção da clientela. Nesse processo, ao longo do século duas instituições evangélicas se destacam: a Assembléia de Deus e a Igreja Universal do Reino de Deus. Na última parte deste trabalho analisamos os modelos organizacionais dessas duas instituições indicando qual delas encontra-se em descompasso com a atual economia religiosa brasileira, vivenciando uma crise interna. Do outro lado, observa-se como a sua concorrente tem crescido, fruto de modelos administrativos de tipo racional-instrumental. De um modo geral percebe-se um processo de empresarização das firmas religiosas de salvação que são constrangidas, pelas próprias demandas do mercado a racionalizarem cada vez mais seus processos administrativos, e conclui-se que, no concorrido mercado religioso brasileiro, o espírito do capitalismo norteia a conduta de algumas das igrejas evangélicas.

ASSUNTO(S)

mercado rationality racionalidade sociologia market religião religion

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