Análise osteológico-dentária de Stereosternum tumidum Cope 1886, amniota primitivo da Formação Irati, Permiano do Brasil
AUTOR(ES)
Pretto, Flávio Augusto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Os mesossaurídeos são os mais antigos amniotas a desenvolver adaptações atribuídas ao hábito aquático (como um corpo hidrodinâmico, cauda lateralmente comprimida e costelas espessas). Seus fósseis são coletados abundantemente em sedimentos datados do Eopermiano, com uma distribuição que abrange Brasil (Formação Irati), Uruguai (Formação Mangrullo), Paraguai, Namíbia (Formação Huab) e sul da África (Formação Whitehill). São atualmente reconhecidos três gêneros integrando a família Mesosauridae (Mesosaurus, Stereosternum e Brazilosaurus). Apesar de conhecido há quase um século e meio, contudo, e mesmo diante da grande quantidade de fósseis disponíveis para estudo, o grupo ainda é considerado problemático por diversos autores, em especial devido à falta de estabilidade filogenética. Diversas informações acerca da osteologia de mesossaurídeos ainda são controversas ou pouco informativas, o que dificulta trabalhos derivados do conhecimento morfológico (desde a anatomia funcional até a filogenia do grupo). Além disso, a grande maioria do conhecimento obtido para o grupo baseia-se apenas em dados referentes a Mesosaurus, com relativamente poucos estudos acerca dos dois gêneros restantes. Dada a disponibilidade de bons materiais de Stereosternum depositados na coleção de paleovertebrados do Departamento de Paleontologia e Estratigrafia do Instituto de Geociências da UFRGS, e frente a poucas revisões feitas para o táxon, esse trabalho efetua um reconhecimento e revisão osteológica, vinculando, quando possível, alguns aspectos da morfologia dos elementos ósseos a um contexto funcional. Características como a forte ossificação dos elementos do pulso em indivíduos adultos, a presença de membranas interdigitais e a presença de um sólido sistema de articulações entre as vértebras, reconhecidas por outros autores, foram confirmadas e são discutidas. Além disso, a forte musculatura caudal, cuja presença é interpretada a partir da morfologia da respectiva série vertebral, e a possível presença de estruturas sensoriais no dentário, similares às de predadores aquáticos atuais, reforçam o grau de adaptação atingido por Stereosternum para adequar-se ao meio aquático.
ASSUNTO(S)
stereosternum tumidum osteologia
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/18660Documentos Relacionados
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