Analise molecular e de correlação entre genotipo e fenotipo em epilepsias idiopaticas na infancia / Molecular and genotype-phenotype correlation analysis in childhood idiophatic epilepsies
AUTOR(ES)
Marina Coelho Gonsale
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Dentre as epilepsias infantis, destacam-se a epilepsia mioclônica grave da infância (EMGI) e a epilepsia mioclônico-astática (EMA), as quais constituem os fenótipos mais graves do espectro da epilepsia generalizada com crises febris plus (EGCF+). Outra síndrome epiléptica importante é a epilepsia benigna da infância com espículas centro- temporais (EBIECT), que se destaca por ser a mais comum na infância. Avanços nos estudos de genética molecular levaram à descoberta de um gene responsável pelo espectro de fenótipos da EGCF+, o gene SCN1A, e um locus candidato para EBIECT na região 15q14. Os objetivos deste projeto foram realizar triagem de mutações em genes candidatos em pacientes com as epilepsias mencionadas e estabelecer possíveis correlações genótipo- fenótipo. Os genes estudados foram o SCN1A para EMGI e EMA e os genes CHRM5, CHRNA7 e CX36, localizados na região cromossômica 15q14, para EBIECT. A triagem de mutações foi realizada por meio da técnica de Denaturing High Performance Liquid Chromatography (DHPLC) e posterior sequenciamento automático dos fragmentos alterados. Foram estudados nove pacientes com EMGI, 12 com EMA e 27 com EBIECT. A análise de mutações no gene SCN1A revelou seis alterações potencialmente deletérias: as substituições c.829T>C, c.971A>C e c.5434T>C, que resultam em troca de resíduo de aminoácidos na proteína codificada, a inserção c.3719_3720insGATA, que promove alteração na matriz de leitura, e as alterações IVS4+1G>A e IVS8+3G>T, que se localizam em possíveis sítios doadores de splicing. As alterações foram encontradas apenas em pacientes com o fenótipo mais grave, a EMGI, nos quais ocorreram crises em vigência de febre baixa. A análise de mutações nos pacientes com EBIECT não revelou alterações potencialmente deletérias nos genes estudados. Com base nos resultados deste trabalho, podemos concluir que pelo fato de variantes potencialmente deletérias terem sido encontradas no gene SCN1A apenas em pacientes com EMGI, isso levanta a hipótese de que outro gene esteja envolvido na etiologia de EMA nos demais pacientes. O gene CHRM5 não parece estar envolvido com a etiologia de EBIECT em nossa amostra de pacientes. Também não foram encontradas alterações potencialmente deletérias nos genes CHRNA7 e CX36, mas os mesmos ainda não podem ser totalmente excluídos como envolvidos em EBIECT
ASSUNTO(S)
mutation mutação epilepsia genetic screening triagem genetica epilepsy
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000468530Documentos Relacionados
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